Café: Cotações do arábica fecham sessão desta 4ª feira com leve alta em NY após baixas recentes
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a sessão desta quarta-feira (6) com leve alta após oscilar dos dois lados da tabela. As cotações tiveram suporte técnico depois recuarem nas últimas sessões com os operadores atentos às lavouras que vão produzir na safra 2018/19 do Brasil, que tiveram a primeira florada nas últimas semanas e que foi considerada boa pelos operadores. O câmbio também deu suporte ao grão no terminal externo.
O contrato setembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 126,50 cents/lb com alta de 10 pontos, o dezembro/17 registrou 127,90 cents/lb com avanço de 5 pontos. Já o vencimento março/18 encerrou o dia com 131,45 cents/lb e valorização de 10 pontos e o maio/18, mais distante, subiu 5 pontos, fechando a 133,75 cents/lb. O mercado avança depois de registrar duas sessões seguidas no vermelho.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 4ª feira – Fonte: Investing
"Os mercados internacionais já precificaram o momento vivido, não há um fato novo ainda que valide uma mudança de cenário. Acredito que apenas uma inversão climática, que não venha permitir que a chuva caia no momento em que se precise, daqui mais 15 ou 20 dias pra salvar entre aspas a lavoura, é que seria capaz de dar um impulso novo para as cotações", disse em seu boletim de mercado o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
O câmbio também deu suporte ao mercado durante o dia, pois impacta diretamente nas exportações da commodity. O dólar mais baixo ante o real desencoraja embarques pelo Brasil e, com isso, os preços externos do arábica tendem a subir. A divisa comercial fechou o dia com queda 0,55%, cotada a R$ 3,1021 na venda, após avanços de pautas importantes para o governo no Congresso.
Nas últimas sessões, os operadores em Nova York acompanharam atentamente as floradas registradas em áreas do cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador da commodity. De acordo com a analista Judy Ganes, presidente da J. Ganes Consulting, os envolvidos do mercado aguardavam mais informações sobre a produção de café na próxima safra após o período de floração, que começou recentemente no país. As informações são da agência de notícias Reuters.
No entanto, as condições de outras lavouras preocupam os produtores brasileiros, conforme reportado pelo Notícias Agrícolas na véspera. Muitas plantações estão sofrendo com as altas temperaturas e baixos volumes de chuva. Com isso, segundo a Fundação Procafé, perdas na safra 2018/19 fatalmente serão vistas. Analistas internacionais chegaram a reportar nas últimas semanas que a próxima safra brasileira teria potencial de 60 milhões de sacas de 60 kg entre arábica e robusta.
Mapas climáticos apontam que o clima deve permanecer seco pelo menos pelos próximos sete dias no cinturão de café do Brasil. Apenas a região Norte do Espírito Santo e a Bahia podem receber chuvas entre quinta-feira e sábado.
Enquanto operadores já pensam sobre a safra 2018/19 do Brasil, a colheita da temporada atual ainda segue sendo realizada. Dentre os cooperados da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), os trabalhos estavam em 96,96% até o dia 02 de setembro, ou 6,59 milhões de sacas de 60 kg. A colheita está mais adiantada do que nos últimos anos.
Em dados regionais, a colheita no Sul de Minas estava em 96,95% do total. Em São Paulo, registrava 96,69% e os cooperados do Cerrado Mineiro já haviam colhido 97,04%.
Leia mais:
» Colheita de café da safra 2017/18 dos cooperados da Cooxupé atinge 96,96% do total
Mercado interno
Os preços do café no mercado físico brasileiro seguem em queda e os negócios bem lentos mesmo com a colheita praticamente finalizada no país. "As desvalorizações do café arábica no mercado internacional têm pressionado também as cotações domésticas da variedade. Nesse cenário, agentes estão retraídos, diminuindo o ritmo de comercialização no mercado interno", reportou nesta quarta em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 4,26% e saca a R$ 490,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em
Poços de Caldas (MG) com baixa de 0,45% e saca a R$ 444,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Vitória (ES) com queda de 1,09% e saca a R$ 455,00.
Na terça-feira (5), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 443,98 e baixa de 0,36%.