Café: Cotações do arábica caem mais 100 pts nesta 3ª em NY e ficam mais distantes de US$ 1,30/lb

Publicado em 05/09/2017 17:54

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (5) com queda de mais de 100 pontos. O mercado voltou do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos ainda repercutindo as informações sobre as boas perspectivas da safra 2018/19 do Brasil. Essa é a segunda sessão seguida de baixa no terminal.

O contrato setembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 126,50 cents/lb com queda de 125 pontos, o dezembro/17 registrou 127,85 cents/lb com recuo de 120 pontos. Já o vencimento março/17 encerrou o dia com 131,35 cents/lb e desvalorização de 130 pontos e o maio/18, mais distante, caiu 125 pontos, fechando a 133,70 cents/lb.


Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira – Fonte: Investing

De acordo com a analista Judy Ganes, presidente da J Ganes Consulting, os envolvidos no mercado do mercado aguardam mais informações sobre a produção de café na próxima safra após o após o período de floração, que começou recentemente no país. No entanto, as condições das lavouras já preocupam os produtores, conforme reportado pelo Notícias Agrícolas.

A colheita da safra 2017/18 de café do Brasil está praticamente concluída.

De acordo com o cafeicultor Gustavo Emídio de Bom Jesus da Penha (MG), no Sul do estado, principal região produtora de café do país, a situação das lavouras é delicada, apesar de parte de suas plantações já terem recebido a primeira florada. "Tenho 99% de certeza que essa florada não vinga. O clima está muito seco para os cafezais. As lavouras dos meus amigos estão morrendo por falta de água e isso está presente em 60% a 70% das plantações da região", diz.

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Segundo o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, boas floradas são vistas no Brasil, mas tudo deve depender do clima. "As fotos que circularam na internet mostram que a florada está com início muito bom. No entanto, as áreas de café estão novamente secas. As flores podem morrer e cair e isso significaria que perdas de rendimento são possíveis para a próxima safra", disse em relatório.

Mapas climáticos apontam que o clima deve permanecer seco pelo menos pelos próximos sete dias no cinturão de café do Brasil. Apenas a região Norte do Espírito Santo e a Bahia podem receber chuvas entre quinta-feira e sábado.

Mercado interno

Os negócios físicos seguem lentos como nas últimas semanas, mesmo com o avanço da colheita da safra 2017/18 no país. Segundo o analista de café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), Renato Garcia Ribeiro, faltam novidades para movimentar o mercado.

"O mercado caiu no fim da última semana e, consequentemente, o produtor ficou ainda mais distante. Além disso, todo mundo já está de olho na próxima safra", afirma. Para ele, nos atuais níveis de preço, os cafeicultores só aparecem nas praças de comercialização para fazer caixa.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal0 (SP) com saca a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) com queda de 4,08% e saca a R$ 470,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 1,11% e saca a R$ 455,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) (estável) e Vitória (ES) (estável), ambas com saca a R$ 460,00. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,27% e saca a R$ 450,00. 

Na segunda-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,57 e alta de 0,02%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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