Café: Bolsa de Nova York encerra semana com baixa acumulada de mais de 1,5% com floradas no Brasil
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a semana com queda de pouco mais de 1,5% no vencimento dezembro/17, que saiu de 131,40 cents/lb para 129,05 cents/lb nesta sexta-feira (1º). As cotações oscilaram durante a semana acompanhando indicadores técnicos e informações sobre a safra 2018/19 do Brasil, principalmente.
No mercado interno, os preços recuaram nos últimos dias acompanhando o cenário externo e os negócios permaneceram lentos.
Na sessão de hoje, o contrato setembro/17 fechou cotado a 127,75 cents/lb com queda de 40 pontos, o dezembro/17 registrou 129,05 cents/lb com recuo de 30 pontos. Já o vencimento março/18 encerrou o dia com 132,65 cents/lb e recuo de 20 pontos e o maio/18, mais distante, caiu 25 pontos, fechando a 134,95 cents/lb. O mercado teve quatro quedas durante a semana.
Os operadores no terminal externo estiveram bastante atentos às informações da safra 2018/19 do Brasil, maior produtor e exportador da commodity, com as primeiras floradas sendo vistas em áreas do cinturão do país após as chuvas recentes. No entanto, o clima voltou a ficar mais seco e os produtores do grão temem que o pegamento possa ser prejudicado.
Segundo o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, boas floradas são vistas no Brasil, mas tudo deve depender do clima. "As fotos que circularam na internet mostram que a florada está com início muito bom. No entanto, as áreas de café estão novamente secas. As flores podem morrer e cair e isso significaria que perdas de rendimento são possíveis para a próxima safra", disse.
Essa é a preocupação do cafeicultor Gustavo Emídio de Bom Jesus da Penha (MG), no Sul de Minas Gerais. "Tenho 99% de certeza que essa florada não vinga. O clima está muito seco para os cafezais. A previsão era de que no ano que vem a colheita fosse maior do que a desse ano, mas já estamos com medo de que ela seja ainda menor com as lavouras bem prejudicadas. Além disso, a florada está fora da época, a boa mesmo é em novembro", afirma.
Mapas climáticos apontam que nos próximos dias uma frente fria avança pelas áreas produtoras de São Paulo e Minas Gerais, mas só diminuirá o calor. Sem previsão de precipitações elevadas. No Paraná, o tempo deve seguir seco e com temperaturas elevadas.
Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, ao que tudo indica, o mercado do café arábica já precificou as floradas e assim não há motivos para novas derrocadas.
Enquanto operadores vislumbram os números da próxima safra, produtores no Brasil finalizam a colheita da temporada 2017/18. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os trabalhos no campo estavam em 97% até o dia 29 de agosto, ou 49,41 milhões de sacas de 60 kg levando em conta a previsão da consultoria de produção de 51,1 milhões de sacas. No conilon, os trabalhos já foram encerrados.
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As cotações do arábica chegaram a operar em alta pela manhã estendendo os ganhos da véspera, mas logo passaram para o campo negativo. Segundo Magalhães, os preços acompanhavam um mercado excessivamente vendido e passível de correção a curto prazo. Os grandes investidores podem recomprar as posições vendidas a descoberto em Nova York, já que todas as variáveis que influenciam o mercado já foram precificadas.
A Bolsa de Nova York não funciona na próxima segunda-feira (4) por conta do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos.
Mercado interno
Os negócios com café seguiram isolados nas praças de comercialização do Brasil. Com as baixas externas recentes, os preços recuaram mais no país, o que prejudica ainda mais a liquidez do mercado.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 6,06% e saca a R$ 490,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 e queda de 1,05%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,00% e saca a R$ 460,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) (estável), Patrocínio (MG) (+3,37) e Vitória (ES) (estável), ambas com saca a R$ 460,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio.
Na quinta-feira (31), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,72 e alta de 0,07%.