CNC e Andef debatem pesquisas agroquímicas voltadas ao combate da broca
BALANÇO SEMANAL — 28/08 a 1º/09/2017
QUESTÕES FITOSSANITÁRIAS — Na quarta-feira, 30 de agosto, o presidente executivo e a assessora técnica do CNC, deputado Silas Brasileiro e Silvia Pizzol, receberam, na sede da entidade, os gerentes de Regulamentação Federal, Andreia Ferraz, de Inovação e Sustentabilidade, Roberto Sant'Anna, e de Comunicação da Agência Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Milca Di Martino, para debater, entre outras matérias, pesquisas agroquímicas voltadas à questão da broca do café.
A audiência foi solicitada pelo CNC como encaminhamento da reunião de seu Conselho Diretor de 11 de agosto, quando se deliberou por um processo de aproximação com entidades que atuem nos setores de pesquisa e geração de conhecimento científico relacionado à fitossanidade, principalmente no que diz respeito aos atuais problemas referentes às dificuldades regulatórias e ao controle da broca do café, conforme relatos recebidos de nossos associados.
Os representantes da Andef explicaram que há espaço para a realização de trabalhos de agregação de conhecimento sobre tecnologia de aplicação das moléculas disponíveis para o combate a essa praga do cafeeiro e também das que entrarão no mercado futuramente. Frente a essa informação, o CNC dará encaminhamento às seguintes atividades:
i. realizar um levantamento junto aos associados visando ao detalhamento das dificuldades enfrentadas com cada molécula disponível: em que situações não funcionam (período, ponto de controle, equipamentos de aplicação, etc.) e os casos de sucesso. Essas informações serão repassadas à Andef, que encaminhará a suas empresas associadas com o objetivo de solicitar esclarecimentos e geração de conhecimento a ser repassado ao campo para solucionar esses problemas.
ii. diante das dificuldades regulatórias que travam a aprovação de novas moléculas e que podem levar ao banimento de 55 ingredientes ativos atualmente em uso na agropecuária, o CNC e a Andef construirão o “case Endosulfan” com o objetivo de demonstrar aos órgãos governamentais os amplos e imprevisíveis impactos que o banimento de uma molécula pode causar no setor produtivo. O objetivo não é solicitar o retorno do Endosulfan, mas reforçar a necessidade da inclusão da análise de risco na metodologia de registro de agroquímicos e a realização de profundo estudo de impacto regulatório antes de qualquer decisão de banimento de moléculas em uso na agropecuária.
Visto o potencial das cooperativas em possibilitar que seus produtores cooperados possam adquirir insumos e maquinários a preços mais acessíveis e com melhores condições de compra, o Conselho Nacional do Café elogia a postura sensata do Governo Federal ao atender à demanda do segmento cooperativista e enaltece os trabalhos realizados pelo Sistema OCB, sob a presidência do amigo Márcio Lopes de Freitas, e seus parceiros.
FUNCAFÉ — Segundo informações atualizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) até a manhã de hoje, o volume de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) liberado aos agentes financeiros, com data de referência de 24 de agosto, é de R$ 1,855 bilhão (clique na tabela abaixo), respondendo por 37,9% do total de R$ 4,890 bilhões aprovados para a temporada cafeeira atual.
Do montante recebido pelas instituições, R$ 890 milhões foram destinados para a linha de Estocagem; R$ 436,3 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 234,2 milhões para Custeio; e R$ 294,3 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 147,5 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 92,2 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 54,6 milhões para o setor de Solúvel.
Os preços continuam pressionados sobre especulações de uma safra volumosa no Brasil em 2018, mas traders acreditam que fazer prognósticos a respeito de uma colheita muito distante pode ser bem arriscado para os que apostam nisso.
Esses participantes recomendam cautela em meio ao cenário atual, onde players internacionais creem que a recuperação das exportações do Brasil em agosto pode sinalizar que a oferta não deve ser tão apertada e, do outro lado, há os que citam que a demanda continua baixa, com os principais importadores possuindo níveis elevados de estoques. Esse panorama faz com que somente quem tem necessidade urgente de compra ou venda de café entre no mercado.
Analistas disseram que a tendência permanece negativa no curto prazo, com a possibilidade de uma reação maior das cotações podendo ocorrer mais para o fim do ano. O que se observa é que o mercado tem focado sua atenção no clima e seus efeitos na safra 2018, o que é precoce nesse período do ano, e “esquecido” de verificar a quebra de safra consolidada em 2017, o que pressiona o mercado.
Nesta semana, o recuo do dólar comercial frente ao real brasileiro foi um fator que ajudou a mitigar a desvalorização nos preços do café. A divisa norte-americana encerrou o pregão de ontem a R$ 3,1475, com perda de 0,2% na comparação com a semana passada.
Em relação à meteorologia, a Climatempo informa que uma frente avança pelo mar desde ontem, com os ventos mudando de direção na costa da Região Sudeste. No entanto, apesar do aumento das nuvens, há possibilidade de chuviscos apenas no leste de São Paulo e no sul do Rio de Janeiro.
Já de acordo com a Somar Meteorologia, a passagem de uma frente fria nesta sexta-feira pode trazer precipitações com mais frequência para o Espírito Santo. Mas o serviço também aponta que, no geral, as previsões seguem indicando tempo seco para a maior parte do cinturão produtor de café do Brasil até o fim da semana que vem.
No Brasil, as cotações percorreram o mesmo caminho dos preços externos e recuaram nas praças de comercialização. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os agentes continuam retraídos e o mercado segue com baixa liquidez. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 445,72/saca e a R$ 406,93/saca, ambos com variações negativas de 0,7% na comparação com o fechamento da semana anterior.