Café: NY sobe mais de 300 pts na sessão desta 6ª feira e se recupera das perdas da semana
Depois de completarem na véspera nove sessões seguidas de baixa, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) se recuperaram no pregão desta sexta-feira (25) em ajustes técnicos. No balanço semanal, o fechamento ficou praticamente neutro nos principais vencimentos. O mercado vinha repercutindo o clima no Brasil, câmbio e atuação dos fundos. No entanto, com essa valorização de hoje, os preços externos do grão voltaram ao patamar de US$ 1,30 por libra-peso.
No mercado interno, os preços recuaram nos últimos dias acompanhando o cenário externo, o que só contribuiu para a lentidão nos negócios. (Veja mais informações abaixo)
Nesta sexta-feira, o contrato setembro/17 fechou a sessão cotado a 130,20 cents/lb com alta de 350 pontos, o dezembro/17 registrou 131,40 cents/lb com avanço de 350 pontos. Já o vencimento março/18 encerrou o dia com 134,90 cents/lb e avanço de 345 pontos e o maio/18, mais distante, subiu 345 pontos, fechando a 137,20 cents/lb. O mercado vinha de nove quedas seguidas.
Os especuladores abandonaram posições antes do fim de semana e levaram para patamares mais altos. O dólar mais fraco ante outras moedas também impactou no mercado. As informações são de agências internacionais.
A alta registrada na sessão desta sexta-feira afasta o mercado de mínimas de seis semanas em US$ 1,2715 na quinta. Os operadores no terminal externo acompanhavam atentamente as perspectivas de produção da próxima safra. "A expectativa de uma safra de arábica grande em 2018/19 no Brasil poderia manter os preços futuros mais baixos, mas essa safra ainda não floresceu", disse o Rabobank em nota de mercado.
O mercado também oscilou durante toda a semana de olho no câmbio, que impacta diretamente nas exportações da commodity, e também a atuação dos fundos, que estavam em liquidação.
"As ideias de oferta menor no Brasil e resto da América Latina vêm de encontro com as informações da demanda mais fraca e potencial de aumento na produção do próximo ano. Alguns produtores ainda falam sobre o longo período de clima seco, já que a floração está prestes a começar no Brasil, mas a maioria não está preocupada, pois geralmente há clima seco nesta época do ano mesmo", disse o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
A colheita de café da safra 2017/18 está praticamente finalizada no Brasil. Segundo estimativa da Safras & Mercado, os trabalhos estavam em 94% até o dia 22 de agosto. É apontado que já foram colhidas 48,21 milhões de sacas de 60 kg levando em conta a estimativa da consultoria de produção de 51,1 milhões de sacas no país. Os trabalhos com conilon já foram finalizados.
Na área de abrangência da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), a colheita chegou a 92,17% até o dia 19 de agosto, ou 6,27 milhões de sacas de 60 kg levando em conta a previsão inicial da cooperativa. No ano passado, neste mesmo período, os cooperados da maior cooperativa do Brasil estavam com colheita em 87,24% do total esperado na safra de café.
A Cooxupé reduziu na semana passada em 30% sua expectativa de produção na região onde atua, totalizando 14 milhões de sacas de 60 kg. Isso por conta do clima desfavorável e da infestação de broca. A cooperativa esperava receber de seus cooperados cerca de 5,6 milhões de sacas, mas o volume deve ficar entre 4,8 milhões e 4,9 milhões de sacas, segundo projeção do superintende comercial da cooperativa, Lúcio Araújo Dias, à agência de notícias Reuters.
O Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodities do mundo, estimou ontem (24) que os futuros do café arábica na Bolsa podem trabalhar em 137,00 cents/lb, em média, nos últimos três meses de 2017. Isso é mais do que o contrato dezembro/17 registra atualmente, cerca de 129,00 cents/lb. A instituição aponta que problemas na safra de importantes países produtores pode servir de impulso para o mercado nos próximos meses.
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Mercado interno
Não foram vistas mudanças expressivas com os negócios nas praças de comercialização do Brasil. As transações seguem acontecendo lentamente. Com as baixas externas recentes, os preços até recuaram no país, o que prejudica ainda mais a liquidez no mercado. "Após atingirem o patamar de R$ 470,00/saca de 60 kg no início do mês, os preços do arábica despencaram na última semana, refletindo, principalmente, a desvalorização da variedade no mercado internacional", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
No fechamento semanal, o balanço foi positivo nas principais praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.
O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Varginha (MG) com alta de 3,13% (R$ 15,00) e saca a R$ 495,00. A cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) teve o maior valor de negociação dentre as praças no período com R$ 500,00 a saca e alta de 2,04% (R$ 10,00).
No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada em Varginha (MG) com valorização de 1,08% (R$ 5,00) e saca a R$ 470,00. As cidades de Varginha (MG) e Franca (SP) (estável) tiveram o maior valor de negociação dentre as praças verificadas no período.
O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Araguari (MG) com alta de 4,44% (R$ 20,00) e saca a R$ 470,00. A praça teve o maior valor de negociação no período.
Na quinta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 443,36 e queda de 0,68%.