Café: Cotações do arábica completam sétima sessão seguida de baixa nesta 3ª em NY

Publicado em 22/08/2017 17:54

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (22) com baixa de cerca de 100 pontos. Essa é a sétima sessão consecutiva de queda. O mercado repercute liquidação dos fundos e a baixa atividade física no Brasil, além das chuvas no cinturão produtivo do país, que é o maior produtor e exportador da commodity no mundo.

O contrato setembro/17 fechou a sessão cotado a 125,85 cents/lb e queda de 55 pontos, o dezembro/17 registrou 129,10 cents/lb com recuo de 105 pontos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 132,70 cents/lb e desvalorização de 100 pontos e o março/18, mais distante, caiu 95 pontos, fechando a 135,05 cents/lb.


Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira – Fonte: Investing

Após repercutir fortemente as chuvas que caem no cinturão produtivo do Brasil, o mercado do arábica dá sequência agora ao movimento baixista com base na atuação dos fundos, que estão em liquidação, de acordo informações de agências internacionais. Além disso, a baixa atividade física brasileira e o câmbio também contribuíram para a pressão nas cotações.

"À medida em que a colheita de café arábica é concluída, os agricultores com ampla oferta estão fazendo as vendas iniciais aos processadores e também tentando se proteger, causando uma pressão inicial na colheita", disse à Reuters o presidente da Hackett Financial Advisors, Shawn Hackett.

A valorização dólar ante o real e outras moedas ajuda na baixa do mercado, pois impacta diretamente nas exportações da commodity. A divisa fechou a sessão com alta de 0,40%, a R$ 3,1810 na venda, com cautela sobre a medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) e o cenário político no país. Na máxima do dia, a moeda estrangeira chegou a R$ 3,1911.

Em menor intensidade, os operadores no terminal externo também repercutem as chuvas no Brasil. A percepção é de que essas precipitações podem beneficiar a próxima safra que já tende a ser de bienalidade positiva, com potencial de produção de 60 milhões de sacas de 60 kg, segundo alguns analistas.

"A safra 2018/19, em particular, pode se beneficiar das chuvas, e, de qualquer forma, será um ano de alto rendimento no ciclo de bienalidade", disse o Commerzbank em nota de mercado na semana passada.

Mercado interno

Os negócios com café seguem sendo realizados lentamente no Brasil, apesar do avanço da colheita da safra 2017/18 que se aproxima do final. Com a retração dos produtores, que estão concentrados nas entregas futuras e preocupados com a produtividade e granação, os preços internos até chegaram a subir nos últimos dias.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (-2,00%), Patrocínio (MG) (+2,05%) e Varginha (MG) (estável), ambas com saca a R$ 490,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG).

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 450,00 e queda de 0,44%. Essa foi a única oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Varginha (MG) com 460,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) que teve queda de 2,17% e saca a R$ 450,00.

Na segunda-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 448,64 e queda de 0,68%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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