CNC: Funcafé repassou R$ 1,4 bilhão a agentes financeiros, 28,8% do total contratado na safra 2017

Publicado em 11/08/2017 16:06

BALANÇO SEMANAL — 07 a 11/08/2017

FUNCAFÉ — Nesta semana, o Diário Oficial da União (DOU) publicou a assinatura de novos contratos autorizando a liberação de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) aos agentes financeiros, elevando a demanda total para R$ 4,865 bilhões, ou 99,5% do total de R$ 4,890 bilhões aprovados para a safra 2017.
 
Ao longo das últimas semanas, o Conselho Nacional do Café (CNC) veio recordando que a assinatura dos contratos somente credencia os bancos e cooperativas de crédito a operarem com recursos do Fundo, mas, para o encaminhamento do capital aos agentes e a consequente tomada pelos mutuários, fazia-se necessário que os produtores procurassem suas instituições de crédito e apresentassem as demandas.
 
Na sexta-feira passada, teve início a liberação dos recursos do Funcafé às instituições. Conforme informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), até hoje, 11 de agosto, 11 agentes financeiros receberam R$ 1,409 bilhão (clique na tabela abaixo para ampliar), o que representa 28,8% do total de R$ 4,890 bilhões aprovados para a temporada cafeeira atual.
 
Do montante recebido pelas instituições, R$ 701,1 milhões foram destinados para a linha de Estocagem; R$ 309,1 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 179,2 milhões para Custeio; e R$ 219,7 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 122,5 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 62,25 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 35 milhões para o setor de Solúvel.
 
 
“CAFÉ PARA ATLETAS” —
 Na terça-feira, 8 de agosto, o presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, coordenou as negociações do presidente da associada Cooxupé, Carlos Paulino, junto ao Governo Federal, no Mapa e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para tratar dos procedimentos para registro e avaliação de segurança e eficácia de um novo produto, à base de café, que a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé está desenvolvendo.
 
A Cooxupé vem elaborando um farináceo com base no fruto, que pretende utilizar como matéria prima para alimentos funcionais cujo consumo é voltado a atletas. O CNC deu andamento aos trâmites na esfera governamental e os próximos passos são focados na inscrição do produto e nas posteriores análises da Anvisa. Entendemos que essa é uma iniciativa de vanguarda e que potencializa o café como um todo, permitindo a busca por novos nichos de mercado e, consequentemente, renda aos cooperados.
 
PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE —
 Na quinta-feira, 10 de agosto, o presidente Silas Brasileiro recebeu Vanusia Nogueira, diretora executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) – entidade membro do CNC, para dar sequência aos debates relacionados à promoção mundial da sustentabilidade da cafeicultura brasileira através do Programa Acesso a Mercados (PAM-AGRO), desenvolvido em parceria por Apex-Brasil e Ministério da Agricultura e que conta com a participação do Ministério das Relações Exteriores e da Camex.
 
Ambos se reuniram com o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, para alinhar o posicionamento das entidades – assim como já ocorrido junto à Sociedade Rural Brasileira na última semana de julho (confira em https://www.cncafe.com.br/site/interna.php?id=13523) – frente à possibilidade de adesão da cafeicultura ao segmento “Imagem” do PAM-AGRO.
 
O presidente do CNC vê como positiva a sinergia que emerge das entidades e crê que se pode chegar a um consenso sobre a adesão ao Programa, possibilitando que seja possível trabalhar a melhoria da imagem internacional do café brasileiro, que é vital para a manutenção dos mercados estratégicos e para a abertura ou ampliação da participação nacional em novos e emergentes países consumidores de café.
 
ESPECIALIZAÇÃO EM CAFEICULTURA
A associada Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha (Minasul) oferecerá um curso de especialização em cafeicultura a seus cooperados. Denominado "Academia do Campo", o curso abrangerá conhecimento técnico, comercial e gestão da atividade cafeeira e tem como público-alvo cafeicultores e seus filhos e pessoas interessadas na cultura. A especialização terá a duração de 10 meses (uma vez por mês) e dispõe de 100 vagas. A previsão de início é setembro de 2017 e os interessados podem se inscrever ou obter mais informações através do e-mail viviane.bartelega@minasul.com.br.
 
O Conselho Nacional do Café enaltece a iniciativa de sua cooperada Minasul e entende que capacitações são sempre necessárias para que saibamos lidar com os novos desafios e a competitividade que surgem no complexo ambiente do agronegócio. Nesse sentido, a Academia do Campo certamente capacitará os cooperados para que façam boas administrações nas propriedades e se atualizem na obtenção de conhecimentos técnicos e específicos, desenvolvendo-se como empreendedores de fato.
 
COOPAMA EM ALFENAS — Com 73 anos de história e atuação junto aos produtores rurais do Sul de Minas Gerais e órgãos do segmento, a Cooperativa Agrária de Machado (Coopama), associada ao CNC, inaugurou, ontem, 10 de agosto, sua nova filial, a Unidade Alfenas, cidade universitária selecionada principalmente por ter na agropecuária, em especial café e cereais, suas principais atividades econômicas.
 
A Coopama Alfenas oferecerá aos cooperados e produtores rurais da região defensivos e implementos agrícolas, peças para máquinas, fertilizantes, medicamentos veterinários, rações, sais minerais, além de telefonia, planos de internet, plano de saúde, assistência técnica e nutricional e convênio para assistência veterinária, sempre objetivando aproximar cooperativa e cooperado.
 
O CNC parabeniza a entidade por sua expansão e por, a cada dia, aproximar-se mais de seus sócios e clientes, desempenhando, de fato, o ideal do cooperativismo. Somos cientes que a Unidade Alfenas também permitirá que novos cooperados se beneficiem das facilidades da Feira de Negócios Coopama (FENEC), que conta com a presença das principais empresas do agronegócio do Brasil e oferece condições diferenciadas aos cooperados para a aquisição de insumos, fertilizantes, maquinários, entre outros, visando à melhor gestão de suas lavouras e propriedades.
 
MERCADO — Após o movimento de realização de lucros ocorrido na quinta-feira, os contratos futuros do café encerraram a semana em território negativo nos mercados internacionais. Para analistas, as cotações aguardam novidades para se direcionarem.
 
Mesmo com a recuperação dos preços nas últimas semanas, os níveis alcançados ainda são inferiores aos observados em 2016, quando a maioria dos produtores aproveitou para travar vendas para a safra 2017, colhida atualmente. Dessa forma, a expectativa é que o mercado se aqueça a partir de setembro, quando terá fim esse período de entrega.
 
Na Bolsa de Nova York, o vencimento setembro do Contrato C caiu 165 pontos na semana, encerrando o pregão de ontem a US$ 1,3850 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento setembro do contrato futuro do robusta recuou US$ 51, finalizando a sessão de quinta-feira a US$ 2.090 por tonelada.
 
O dólar comercial também influenciou, em menor escala, os preços da commodity, à medida que renovou suas máximas frente ao real depois das novas ameaças feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a Coreia do Norte.
 
O cenário de incertezas em relação à meta fiscal no Brasil e o recuo do petróleo foram outros fatores que auxiliaram no avanço do moeda norte-americana. Ontem, a divisa foi cotada a R$ 3,1756 — maior nível desde 17 de julho —, com ganho de 1,6%.
 
No Brasil, uma frente fria na costa da Região Sudeste reduzirá as temperaturas nas áreas produtoras e deve causar chuvas e rajadas de vento no Paraná e no oeste de São Paulo durante o domingo. Nos dias seguintes, as precipitações alcançarão o sul de Minas Gerais, com o período mais úmido devendo se estender sobre as Regiões Sul e Sudeste do Brasil até a próxima sexta-feira.
 
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o recuo dos preços internacionais na quinta-feira fez com que os participantes, já em clima de receio, afastassem-se de vez das negociações no País.
 
Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 471,79/saca e a R$ 410,20/saca, respectivamente, com variações de 0,8% e de -1,5% em relação ao fechamento da sexta-feira passada.
 
Fonte: CNC

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