CNC: Contratos assinados até 28 de julho credenciam agentes financeiros a operarem com 81,5% dos recursos do Funcafé
BALANÇO SEMANAL — 24 a 28/07/2017
FUNCAFÉ — Nesta semana, o Diário Oficial da União (DOU) publicou a assinatura de mais 17 contratos autorizando a liberação de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) aos agentes financeiros, que correspondem a uma demanda de R$ 2,157 bilhões. Somados ao R$ 1,827 bilhão da semana anterior, o montante permitido para repasse às instituições até hoje (28) chega a R$ 3,984 bilhões, ou 81,5% do total de R$ 4,890 bilhões aprovados para a safra 2017.
O Conselho Nacional do Café (CNC) recorda que a assinatura dos contratos apenas credencia os bancos e cooperativas de crédito a operarem com recursos do Fundo. Para o encaminhamento do capital aos agentes e a consequente tomada pelos mutuários, faz-se necessário que procurem suas instituições de crédito e apresentem as demandas, que serão encaminhadas ao Governo para o posterior repasse até a ponta final.
PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE
Na quarta-feira, 26 de julho, o presidente do CNC, deputado Silas Brasileiro, recebeu a diretora executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vanusia Nogueira, e o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Marcelo Vieira, também conselheiro diretor da BSCA.
Foram debatidos aspectos da promoção mundial da sustentabilidade da cafeicultura brasileira, ponto que as três entidades entendem como cruciais para a manutenção dos mercados estratégicos e para a abertura ou ampliação da participação nacional em novos e emergentes países consumidores de café.
A diretora da BSCA – entidade associada ao CNC – comenta que a reunião foi um reinício das discussões visando à análise de viabilidade de adesão do agronegócio café ao segmento “Imagem” do Programa Acesso a Mercados (PAM-AGRO), iniciativa nascida da parceria entre a Apex-Brasil e o Ministério da Agricultura e que conta com a participação do Ministério das Relações Exteriores e da Camex.
Vanusia explica que o projeto pretende trabalhar internacionalmente a imagem do Brasil agro, contando com o apoio de todos os segmentos relevantes na exportação. O presidente do CNC completa citando que a ideia é tratar todos os assuntos das sustentabilidades ambiental e social, exemplares no País, e o profissionalismo e os investimentos em pesquisa e tecnologia com os demais governos mundiais e formadores de opinião, como jornalistas, ONGs, entre outros.
ESTHÉRIO COLNAGO
No dia 22 de julho, o cooperativismo capixaba perdeu uma de suas principais, senão a principal liderança com o falecimento prematuro e repentino do presidente do Sistema OCB/ES, Esthério Sebastião Colnago. Frente a essa fatalidade, o CNC, que se fez presente ao velório através de seu presidente Silas Brasileiro, manifesta a família, amigos e colaboradores suas profundas condolências, enaltecendo todo o trabalho, o idealismo e a forma de ser desse líder nato e exemplar.
Entusiasta do conhecimento e do aprimoramento, Esthério foi defensor de todos os ramos do cooperativismo e batalhou, também, pela inclusão dos jovens e mulheres. Sem dúvida, a convivência com ele, nestes últimos anos, juntamente ao CNC, foi uma experiência importante e gratificante, o que nos faz lamentar profundamente o seu falecimento. Entretanto, pessoas como Esthério deixam uma história registrada, deixam seu legado, e a nossa gratidão vem por todo o trabalho e toda a dedicação voltados ao cooperativismo e à cafeicultura.
MERCADO — Após uma queda de 4% nos dois primeiros pregões, os contratos futuros internacionais do café se recuperaram e fecharam praticamente estáveis no agregado da semana.
A desvalorização inicial se deu em função de um ajuste de posições por parte dos fundos, ao passo que a recuperação veio com base no sentimento de preocupação com o equilíbrio entre oferta e demanda global.
Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,3595 por libra-peso, com queda de 60 pontos em relação ao final da semana passada. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.141 por tonelada, recuando apenas US$ 2.
O dólar comercial, depois de uma queda significativa na quarta-feira, fechou em alta ontem e retomou um balanço positivo na semana. O movimento foi puxado pela informação do Federal Reserve (FED, banco central dos EUA) de que iniciará a redução de seu balanço patrimonial em breve. Na quinta-feira, a divisa norte-americana foi cotada a R$ 3,1561, com alta de 0,5% ante a semana anterior.
De acordo com a Somar Meteorologia, o tempo continua firme e seco nos próximos cinco dias em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rondônia. Já do Espírito Santo ao sul da Bahia, há possibilidade de chuva fraca. Em relação a geadas, a empresa descartou a possibilidade no cinturão produtor e apontou que, mesmo que a temperatura caia no Sul de Minas, o declínio não será por entrada de massa de ar polar e, assim, não há risco.
Ainda conforme a Somar, o padrão atmosférico não deve se alterar até a próxima quarta-feira, quando as simulações passam a apontar o retorno da chuva ao Paraná e, posteriormente, para áreas de São Paulo e para o Sul de Minas Gerais, porém de forma isolada.
No mercado doméstico, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon tiveram pouca oscilação e foram cotados, ontem, a R$ 458,84/saca e a R$ 415,26/saca, com variações de 0,7% e 0,5%, respectivamente, na comparação com o fechamento da semana anterior. O cenário ainda permanece com poucos negócios realizados, à medida que os produtores aguardam melhores preços.