Café arábica cai mais de 150 pts na Bolsa de Nova York na sessão desta 3ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (11) com queda próxima de 150 pontos e os dois primeiros vencimentos ainda abaixo de US$ 1,30 por libra-peso. O mercado segue em ajustes após as altas recentes e acompanha informações sobre a oferta mundial.
O contrato julho/17 fechou a sessão cotado a 124,45 cents/lb com queda de 180 pontos, o setembro/17, referência de mercado, registrou 126,90 cents/lb com recuo de 170 pontos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 130,45 cents/lb e desvalorização de 170 pontos e o março/18, mais distante, caiu 170 pontos, fechando a 133,85 cents/lb.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira – Fonte: Investing
O mercado do arábica completou na sessão de hoje a quarta baixa consecutiva, com ajustes sendo realizados ante as altas nos últimos dias com a preocupação dos operadores com o frio no Brasil e possíveis prejuízos para a safra do grão que está em plena colheita. Além disso, geadas neste momento também seriam prejudiciais ao próximo ciclo produtivo.
"A maioria dos operadores não fala em mudanças que possam aumentar os preços, mas o mercado tem descido muito e deve permanecer em correção. A maioria das previsões para o Brasil mostram temperaturas frias, mas não suficientes para causarem danos", disse em relatório o vice-presidente e analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
Mapas climáticos mostram que chuvas podem ser registradas nos próximos dias no Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais e Sul da Bahia. Já a temperatura deve continuar estável nas áreas produtoras e sem previsão de geadas. Nas outras áreas, o tempo continuará seco.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta terça-feira sua atualização nas estimativas de safra dos produtos agrícolas. No café, a previsão ficou praticamente estável. O Instituto estima a colheita de arábica em 36,68 milhões de sacas de 60 kg. Ainda assim, o volume representa uma queda de 14,7% ante a temporada anterior.
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Ainda em relação à oferta, o diretor executivo da OIC (Organização Internacional do Café), José Sette, afirmou à Reuters durante Fórum Mundial de Produtores de Café em Medellín, na Colômbia, disse estar "preocupado" com a oferta global da commodity nos próximos cinco anos por conta dos preços baixos e das mudanças climáticas.
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Mercado interno
Não há mudanças na comercialização de café no Brasil. Os negócios seguem lentos, segundo analistas consultados nos últimos dias. Os cafeicultores estão em plena colheita, bastante atentos ao clima e, assim, aguardam melhores patamares de preço para voltarem aos negócios.
A colheita de café dos cooperados da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) estava em 45,50% da produção prevista até o dia 8 de julho, ou 3,09 milhões de sacas de 60 kg.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 492,00 com queda de 1,60%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) (-2,13%) e Varginha (MG) (estável), ambas com saca a 460,00. Franca (SP) teve a oscilação mais expressiva no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 e estabilidade. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com baixa de 2,20% e saca a R$ 445,00.
Na segunda-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 446,63 e queda de 0,13%.