Café: Informações da oferta ainda pesam e Bolsa de NY inicia semana com queda de mais de 100 pts

Publicado em 15/05/2017 17:43

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) iniciaram a semana nesta segunda-feira (15) com queda de mais de 100 pontos. Os operadores no terminal externo seguem refletindo as informações de maior tranquilidade na oferta do grão na safra 2017/18. Além disso, os estoques dos Estados Unidos subiram mais de 150 mil sacas em abril. Apesar da baixa, os principais vencimentos seguem próximos do patamar de US$ 1,35 por libra-peso.

O contrato maio/17 fechou a sessão de hoje cotado a 131,25 cents/lb com queda de 135 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 133,45 cents/lb com recuo de 150 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 135,80 cents/lb e desvalorização de 150 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 145 pontos, fechando a 139,20 cents/lb.

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 2ª feira - Fonte: Investing

O mercado do arábica na ICE iniciou a semana com um fator que já havia pressionado os preços na semana anterior, a oferta global na safra 2017/18. Os operadores acreditam que as primeiras informações das origens dão sinais de que a oferta não deve apresentar tantos problemas como se imaginava inicialmente.

"O mercado tem apontado a boa produção e oferta abundante como razões para manter viva a pressão de venda. No entanto, o dólar fraco nos Estados Unidos e as moedas valorizadas na América do Sul podem manter a oferta mundial baixa no mercado", disse o vice-presidente da Price Futures Group e analistas de mercado, Jack Scoville.

"As perspectivas de oferta em 2017/18 parecem cada vez mais positivas: as preocupações iniciais sobre a geada no Brasil e a escassez de chuvas no Vietnã afetando as culturas de 2017/18 diminuíram", reportou a OIC em seu relatório mensal.

Ainda assim, a Organização prevê que a produção mundial caia abaixo da demanda pelo terceiro ano consecutivo em 2016/17, desta vez 3,48 milhões de sacas, dizendo que "a combinação de exportações muito altas e estoques crescentes em países consumidores ajudou a superar as preocupações iniciais com a oferta".

Os estoques de café verde dos Estados Unidos encerraram o mês de abril de 2017 com alta de 165,50 mil saca de 60 kg e ficaram próxima de atingirem 7 milhões de sacas (6,89 milhões de sacas), após subirem mais de 250 mil sacas em março. Os dados foram divulgados em relatório da GCA (Green Coffee Association) nesta segunda-feira (15). A média desde 2011 para essa época do ano é de alta de 130 mil sacas.

» Café: Estoques dos EUA sobem mais de 150 mil sacas em abril e ficam próximos de 7 milhões de sacas

De acordo com o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa, Nova York tem apresentado dificuldade em trabalhar acima da média-móvel de vinte dias, que na sexta-feira ficou em US$ 135,65 centavos por libra, mas por outro lado se mantém, ao menos por enquanto, acima de US$ 132,35 centavos, ponto técnico que se rompido pode levar ao teste das mínimas.

"Ao que parece há interesse de compra de torradores sentados abaixo do mercado, entretanto causou surpresa ver no Commitments of Traders os comerciais aumentarem sua posição vendida em 2,265 lotes entre os dias três e nove de maio – imagina-se que a maior parte destas vendas deva ter acontecido no próprio dia três, quando o contrato de julho teve a máxima de US$ 137.45 centavos por libra", disse o analista em relatório.

Mercado interno

Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil com a divergência nos preços ofertados e os pedidos pelo produtor e também diante da colheita que já acontece em áreas produtoras do Brasil no Brasil. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) reportou na semana passada que algumas torrefadoras voltaram a procurar por arábicas de qualidade intermediária e grãos robusta. Ainda assim, são compras pontuais.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação na cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. As praças fecharam o dia na estabilidade.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Varginha (MG) com 470,00 a saca – estável. Franca (SP) teve a maior oscilação no dia dentre as praças com queda de 3,13% e saca a R$ 465,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no Oeste da Bahia (-1,06%) e Varginha (estável), ambas com saca a R$ 465,00. A maior variação dentre as praças no dia ocorreu em Franca (SP) com queda de 3,23% e saca a R$ 450,00.

Na sexta-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 456,00    e alta de 0,40%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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