Café: Em ajustes e com informações da oferta, Bolsa de Nova York cai mais de 150 pontos nesta 3ª feira

Publicado em 09/05/2017 18:29

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (9) com queda próxima de 150 pontos diante de ajustes técnicos após as altas recentes e com informações sobre a oferta da grão na safra 2017/18. Ainda assim, os preços da variedade seguem próximos do patamar de US$ 1,35 por libra-peso no terminal.  

O contrato maio/17 fechou a sessão cotado a 132,80 cents/lb com queda de 175 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 135,15 cents/lb com recuo de 175 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 137,50 cents/lb e desvalorização de 170 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 180 pontos, fechando a 140,85 cents/lb.

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira - Fonte: Investing

Após duas altas seguidas, o mercado teve um dia de ajustes natural nesta terça, segundo analistas de mercado. "Novamente tivemos um dia de oscilações curtas, 210 pontos entre máxima e mínima. A verdade é que as cotações não tem encontrado forças para trabalharem acima dos 137,00 cents/lb e nem abaixo dos 135,00 cents/lb, o que poderia trazer uma volatilidade maior para as cotações", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora Anilton Machado.

De acordo com dados da OIC (Organização Internacional do Café), o mercado já dá sinais de menor preocupação com a oferta nesta safra 2017/18 e isso também dá pressão aos preços. "As perspectivas de oferta em 2017/18 parecem cada vez mais positivas: as preocupações iniciais sobre a geada no Brasil e a escassez de chuvas no Vietnã afetando as culturas de 2017/18 diminuíram", disse a OIC.

Nos últimos dias não fez tanto frio nas origens produtoras de café do Brasil como nos últimos dias de abril, mas o temor com geadas sempre acaba repercutindo entre os operadores. "O clima no Brasil entra no radar dos operadores, tanto no monitoramento das chuvas durante o período de colheita como também das temperaturas no cinturão de café. Uma perda de qualidade causada por precipitações tem um potencial altista para as cotações, assim como chegadas de frentes-frias a partir de junho desencorajarão uma venda agressiva por parte dos especuladores.", disse em relatório o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.

Mapas climáticos apontam que deve voltar a chover em quase todas as regiões produtoras de café entre os dias 14 a 20 de maio, o que pode acabar prejudicando os trabalhos de colheita do grão. Segundo a Climatempo, o acumulado de chuva pode chegar a 90 milímetros no Sul de Minas Gerais, 70 mm no Cerrado Mineiro, 42 mm na Mogiana, 34 mm na Zona da Mata e 145 mm no Oeste Paulista e Triângulo Mineiro.

Mercado interno

Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil ainda que os preços tenham registrado alta nos últimos dias acompanhando a movimentação externa. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), na última semana, a proximidade da colheita da temporada 2017/18 também contribuiu para afastar os produtores de arábica do mercado. Além disso, os preços pedidos pelo cafeicultor e os ofertados ainda divergem.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação na cidades de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 505,00 e queda de 0,98%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 5,11% e R$ 483,00 a saca.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com 480,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,56% e R$ 461,00 a saca.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) (estável), Guaxupé (MG) (-1,06%), Araguari (MG) (estável) e Média Rio Grande do Sul (estável), ambas com saca a R$ 465,00. A maior variação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,42% e saca a R$ 452,00.

Na segunda-feira (8), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 462,07  e alta de 0,57%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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