Café: Em ajustes e com informações da oferta, Bolsa de Nova York cai mais de 150 pontos nesta 3ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (9) com queda próxima de 150 pontos diante de ajustes técnicos após as altas recentes e com informações sobre a oferta da grão na safra 2017/18. Ainda assim, os preços da variedade seguem próximos do patamar de US$ 1,35 por libra-peso no terminal.
O contrato maio/17 fechou a sessão cotado a 132,80 cents/lb com queda de 175 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 135,15 cents/lb com recuo de 175 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 137,50 cents/lb e desvalorização de 170 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 180 pontos, fechando a 140,85 cents/lb.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira - Fonte: Investing
Após duas altas seguidas, o mercado teve um dia de ajustes natural nesta terça, segundo analistas de mercado. "Novamente tivemos um dia de oscilações curtas, 210 pontos entre máxima e mínima. A verdade é que as cotações não tem encontrado forças para trabalharem acima dos 137,00 cents/lb e nem abaixo dos 135,00 cents/lb, o que poderia trazer uma volatilidade maior para as cotações", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora Anilton Machado.
De acordo com dados da OIC (Organização Internacional do Café), o mercado já dá sinais de menor preocupação com a oferta nesta safra 2017/18 e isso também dá pressão aos preços. "As perspectivas de oferta em 2017/18 parecem cada vez mais positivas: as preocupações iniciais sobre a geada no Brasil e a escassez de chuvas no Vietnã afetando as culturas de 2017/18 diminuíram", disse a OIC.
Nos últimos dias não fez tanto frio nas origens produtoras de café do Brasil como nos últimos dias de abril, mas o temor com geadas sempre acaba repercutindo entre os operadores. "O clima no Brasil entra no radar dos operadores, tanto no monitoramento das chuvas durante o período de colheita como também das temperaturas no cinturão de café. Uma perda de qualidade causada por precipitações tem um potencial altista para as cotações, assim como chegadas de frentes-frias a partir de junho desencorajarão uma venda agressiva por parte dos especuladores.", disse em relatório o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.
Mapas climáticos apontam que deve voltar a chover em quase todas as regiões produtoras de café entre os dias 14 a 20 de maio, o que pode acabar prejudicando os trabalhos de colheita do grão. Segundo a Climatempo, o acumulado de chuva pode chegar a 90 milímetros no Sul de Minas Gerais, 70 mm no Cerrado Mineiro, 42 mm na Mogiana, 34 mm na Zona da Mata e 145 mm no Oeste Paulista e Triângulo Mineiro.
Mercado interno
Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil ainda que os preços tenham registrado alta nos últimos dias acompanhando a movimentação externa. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), na última semana, a proximidade da colheita da temporada 2017/18 também contribuiu para afastar os produtores de arábica do mercado. Além disso, os preços pedidos pelo cafeicultor e os ofertados ainda divergem.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação na cidades de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 505,00 e queda de 0,98%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 5,11% e R$ 483,00 a saca.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com 480,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,56% e R$ 461,00 a saca.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) (estável), Guaxupé (MG) (-1,06%), Araguari (MG) (estável) e Média Rio Grande do Sul (estável), ambas com saca a R$ 465,00. A maior variação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,42% e saca a R$ 452,00.
Na segunda-feira (8), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 462,07 e alta de 0,57%.