Preços do café no Vietnã atingem maior alta desde o final de 2011 devido à escassez de grãos qualificados para exportação
Os preços domésticos do café no Vietnã subiram nesta semana para o nível mais alto desde o final de 2011 devido à escassez de grãos qualificados para exportação, já que a colheita foi atingida pela chuva, disseram traders.
A precipitação inesperada de outubro a dezembro do ano passado no cinturão do café Central Highlands atrasou a colheita da safra 2016/2017, resultando em grãos defeituosos, com os exportadores dizendo que a qualidade da safra era uma das piores desde 2008. A estação chuvosa normalmente termina no início de outubro no Vietnã, maior produtor e exportador mundial de café robusta.
Os preços subiram para VND 46,700-47,300 (US$ 2,05-2,08) por quilo de robusta na segunda-feira na província de Dak Lak, a maior área produtora de café do Vietnã, de VND 46,500-47,100 na última sexta-feira, quando os futuros do robusta com vencimento para maio terminaram praticamente inalterados em US$ 2,184 Por tonelada no mercado de Londres. Os preços vietnamitas do café acompanham de perto os futuros de Londres.
VND 47,300 por kg são os preços mais altos do café no Vietnã desde a semana que terminou em 16 de setembro de 2011, quando o grão ficou em VND 47,400. Os grãos robusta são usados principalmente para fazer café instantâneo.
"Ninguém está vendendo e a matéria-prima está muito ruim para processamento, enquanto há uma falta de café padrão de exportação", disse um comerciante vietnamita em Buon Ma Thuot, a capital de Dak Lak. A província produz um terço do total de café do Vietnã.
Sem usar a máquina de triagem de cor, a proporção de grão preto e quebrado atingiu 7 a 8%, disse ele, bem acima do padrão de exportação que exige uma taxa de defeitos de apenas 5%. O negociante não quis ser identificado pelo nome, mas sua companhia tem uma fábrica em Dak Lak para processar e exportar grãos de robusta.
A escassez do café padrão para ser exportado surgiu bem ante do que o esperado.
Na semana passada, Do Ha Nam, diretor-geral da Intimex, a maior empresa exportadora de café do Vietnã, disse à VnExpress International que o Vietnã pode ficar sem café em maio ou junho devido ao aumento das remessas e à diminuição dos estoques domésticos.
Por outro lado, o aumento dos preços mostra que a proibição da Índia sobre a importação de café vietnamita, em vigor desde 7 de março, tem pouco impacto no mercado vietnamita. A Índia muitas vezes compra o robusta vietnamita grau 3, com 25% de grão preto e quebrado.
"A Índia parou sua importação, aumentando assim o volume do café de baixa qualidade no Vietnã", disse um negociante de Dak Lak, referindo-se à proibição da Índia, que também contempla a pimenta e outras quatro commodities do Vietnã.
A proibição foi feita depois que o Vietnã decidiu suspender a importação de cinco commodities da Índia por 60 dias a partir de 1 de março, citando o risco de infecção do besouro do amendoim.
Empresas de ambos os países opuseram-se às restrições, dizendo que o direito de importação deveria ser retomado para evitar impacto negativo nos preços, enquanto as cargas infectadas por insetos devem ser fumigadas como de costume.
Na sexta-feira passada, o governo vietnamita disse que havia pedido ao governo indiano que revogasse a proibição.
Um funcionário da Associação da Pimenta do Vietnã foi citado por um jornal local dizendo que as emendas às restrições seriam feitas depois que autoridades do Ministério da Agricultura do Vietnã se encontraram com a embaixada indiana em Hanói na quinta-feira passada para resolver a questão.
Estima-se que os grãos de café de baixa qualidade representem 20 a 30% da produção do Vietnã na safra 2016/2017, que terminou em janeiro, bem acima da proporção de 1 a 13% observada em anos anteriores, disse um distribuidor de Dak Lak.
"A chuva durante a colheita causou o início da floração, o que poderia resultar em vários estágios de colheita como cerejas maduras em momentos diferentes", disse ele.
Tradução: Jhonatas Simião