Para consumidores do Paraná, o Melhor Café do Brasil é capixaba
Um grupo de 27 consumidores apaixonados por café esteve reunido na manhã de quarta-feira (18), em Londrina, na sede do IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná. A missão: fazer parte do Júri Popular para provar e pontuar notas de qualidade global de cada um dos 8 lotes finalistas do 13º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café, pré-selecionados por um Júri Técnico composto por provadores e especialistas.
Esse Júri Popular do Paraná elegeu o café do produtor José Alexandre Abreu de Lacerda, cultivado no Sítio Córrego Pedra Menina, no município capixaba de Dores do Rio Preto – exatamente o lote que recebeu a maior avalição do grupo técnico: 8,43 pontos.
A opinião dos consumidores está sendo ouvida pela ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, entidade promotora do concurso, nos quatro estados produtores participantes desta edição. A seleção teve início na terça-feira, com a etapa do Júri Popular de São Paulo, que elegeu o café produzido por Antônio Rigno de Oliveira em São Judas Tadeu, em Piatã, na Bahia, lote que ficou em segundo lugar no Júri Técnico, com 8,38 pontos. Nesta quinta, a seleção prossegue em Vitória, com a reunião na sede da FINDES – Federação das Indústrias do Espírito Santo, e termina amanhã, sexta-feira (20), com os consumidores baianos, que se reunirão na sede da FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia.
O resultado de todas as etapas somará na nota final dos 8 lotes previamente selecionados, em dezembro, pelo Júri Técnico. A pontuação do Júri Técnico corresponde a 70% da nota final de cada lote. Faltam agora as notas de sustentabilidade da propriedade, com peso de 15%, e esta avaliação do Júri Popular, cuja pontuação equivale aos 15% restantes.
O Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café passou a contar com este inédito Júri Popular na edição de 2015. Além do caráter educativo, essa iniciativa teve como objetivo incluir a opinião e percepção sensorial dessas pessoas, que gostam de café, na escolha dos melhores grãos do Brasil. E com essa divisão das etapas por estado participante, a ABIC também leva em consideração as diferenças de hábitos e costumes dos consumidores de cada região.
Em todas as etapas os trabalhos começam com uma palestra, feita por um profissional da ABIC, sobre o Programa de Qualidade do Café (PQC), cuja metodologia é única no mundo, pois analisa as propriedades do produto já torrado e moído, da mesma forma que o consumidor encontra nas prateleiras dos supermercados. Na sequência, os participantes provam separadamente e às cegas (sem saber a origem) o café de cada lote, preparado em filtro. Eles fazem a seleção seguindo o método da escala hedônica, expressando o grau de gostar ou desgostar, de forma geral, ou em relação a um atributo específico (fragrância, aroma, acidez, amargor, adstringência, corpo e sabor). A ABIC optou por este tipo de avaliação por ser amplamente utilizada na mensuração de atributos sensoriais de alimentos e entre testes de preferência.
Para Ricardo de Sousa Silveira, presidente da ABIC, a inclusão dos consumidores no processo de seleção é um reconhecimento e uma homenagem que a entidade faz aos brasileiros, que consomem 40% da safra anual do grão, fazendo-o presente em 98% dos lares, representando um consumo médio de 81 litros por habitante/ano.
Calendário
No dia 26 de janeiro serão divulgados o café campeão e a relação dos finalistas, conforme soma das notas do Júri Técnico, Júri Popular e Sustentabilidade.
De 26 de janeiro a 3 de fevereiro acontecerá o leilão desses cafés, aberto a torrefadoras, cafeterias e demais pessoas jurídicas interessadas. Nesta edição, os lances poderão ser visualizados e acompanhados diretamente no portal da ABIC (abic.com.br), permitindo maior competição entre os participantes.
No dia 7 de fevereiro serão divulgadas as empresas campeãs do leilão, que são aquelas que deram os maiores lances. Todos os cafés serão industrializados e chegam aos consumidores em abril, compondo a 13ª Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil.