Café: Após feriado nos EUA, Bolsa de Nova York sobe nesta 3ª feira e se aproxima de US$ 1,55/lb
Após o feriado de Martin Luther King fechar a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) ontem (16), os operadores retomaram as negociações nesta terça-feira (17) e as cotações deram continuidade à alta registrada nas últimas sessões. O mercado segue se baseando em indicadores técnicos, no câmbio e nas informações sobre o clima no Brasil. Além disso, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou que a safra brasileira deste ano deve ser menor.
Diante desse novo avanço, as cotações do arábica já buscam o patamar de US$ 1,55 por libra-peso. O contrato março/17 registrou na sessão de hoje 149,90 cents/lb com 60 pontos de alta, o maio/17 anotou 152,30 cents/lb com 60 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia negociado a 154,60 cents/lb com 60 pontos de avanço e o setembro/17, mais distante, subiu 55 pontos, cotado a 156,80 cents/lb.
"Há mais relatos de que o tempo seco no Brasil está afetando o potencial produtivo e o relatório da OIC destacou estimativas de diminuição dos estoques finais, o que forneceu razões para compras na semana passada. Os negociantes 'bullish' tentarão provavelmente reiniciar a movimentação o quanto antes nesta semana", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures, Jack Scoville.
Do lado fundamental, segue pesando sobre o mercado as informações climáticas no cinturão produtivo do país. "A seca continua sendo uma ampla preocupação ao redor de grande parte do cinturão cafeeiro", disse o serviço de meteorologia MDA Information Systems em reportagem da agência de notícias Reuters no fim da semana passada.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou agora pela manhã que a safra brasileira de café em 2017 deve ficar entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon. Os números são do primeiro levantamento da safra. De acordo com o estudo, a previsão representa uma redução entre 15 e 7,5%, quando comparado com a produção de 51,37 milhões de sacas do ciclo anterior.
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A exportadora Terra Forte estima a produção de café do Brasil na safra 2017/18 em 48,055 milhões de sacas de 60 kg, com uma queda de 11,7% na comparação com a temporada anterior, principalmente devido à bienalidade negativa do arábica e menor produção de robusta.
Além de acompanhar os indicadores técnicos nos últimos dias, o câmbio também tem influenciado nas cotações do café no terminal externo. O dólar comercial caiu 0,81%, vendido a R$ 3,2124, repercutindo a volta dos leilões do Banco Central e o cenário externo. O dólar mais baixo em relação ao real desencoraja os embarques do grão brasileiro e podem contribuir para um ajuste na oferta global de café.
Mercado interno
No Brasil, apesar de o patamar de R$ 500,00 a saca de 60 kg voltar a ser registrado nos últimos dias nas praças de comercialização do Brasil, os negócios com o café seguem limitados no país. Muitos produtores conseguiram realizar negócios em 2016 com preços em até R$ 600,00 e agora estão retraídos à espera de melhores oportunidades.
"Os produtores conseguiram ajustar suas contas, então mais tranquilos em fazerem negócios. Estamos em um momento em que o cafeicultor só volta ao mercado nos momentos de alta ou entanto quando precisa fazer caixa", afirmou ontem o analista de café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), Renato Garcia Ribeiro.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Poços de Caldas (MG) com R$ 569,00 a saca e alta de 1,25%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 582,00 a saca e alta de 1,39%. A maior variação no dia dentre as praças aconteceu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,16% e saca a R$ 521,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca a R$ 540,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve alta de 2,24% e saca a R$ 502,00.
Na segunda-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 515,06 com queda de 0,29%.