Café: Bolsa de NY opera com leve alta nesta 3ª feira após feriado nos EUA e consolida patamar de US$ 1,50/lb
Após o feriado de Martin Luther King fechar a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) ontem, as cotações futuras do café arábica no terminal operam com leve alta nesta tarde de terça-feira (17) e recuperam parte das perdas registradas na sessão da última sexta-feira (13). O mercado segue oscilando com base em indicadores técnicos, câmbio e as novidades em relação ao clima no cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo, o que poderia comprometer o potencial produtivo da safra deste ano.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou agora pela manhã que a safra brasileira de café em 2017 deve ficar entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon. Os números são do primeiro levantamento da safra. De acordo com o estudo, a previsão representa uma redução entre 15 e 7,5%, quando comparado com a produção de 51,37 milhões de sacas do ciclo anterior.
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Os futuros do arábica subiram por quatro sessões seguidas na semana e se aproximaram do patamar de US$ 1,55/lb. Por volta das 12h28, horário de Brasília, o contrato março/17 registrava 149,50 cents/lb com 20 pontos de alta, o maio/17 anotava 151,80 cents/lb com 10 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 estava cotado a 154,10 cents/lb com 10 pontos de avanço e o setembro/17, mais distante, operava com alta de 5 pontos a 156,30 cents/lb.
Além de acompanhar os indicadores técnicos, como nos últimos dias, o mercado do café segue avançando com os operadores repercutindo as informações sobre o clima no cinturão produtivo do Brasil. "A seca continua sendo uma ampla preocupação ao redor de grande parte do cinturão cafeeiro", disse o serviço de meteorologia MDA Information Systems em reportagem da agência de notícias Reuters no fim da semana passada.
O câmbio também influencia os negócios no terminal externo. Às 12h20, ao dólar comercial caía 0,77%, vendido a R$ 3,2133, repercutindo a volta dos leilões do Banco Central e o cenário externo. O dólar mais baixo em relação ao real desencoraja os embarques do grão brasileiro e podem contribuir para um ajuste na oferta global de café.
No Brasil, apesar de o patamar de R$ 500,00 a saca de 60 kg voltar a ser registrado nos últimos dias nas praças de comercialização do Brasil, os negócios com o café seguem limitados no país. Muitos produtores conseguiram realizar negócios em 2016 com preços em até R$ 600,00 e agora estão retraídos à espera de melhores oportunidades.
"Os produtores conseguiram ajustar suas contas, então mais tranquilos em fazerem negócios. Estamos em um momento em que o cafeicultor só volta ao mercado nos momentos de alta ou entanto quando precisa fazer caixa", afirmou ontem o analista de café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), Renato Garcia Ribeiro.
Na segunda-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 515,06 com queda de 0,29%.