Café: Setor produtivo discute importação do grão e elabora carta para ministro Blairo Maggi; veja o documento
Produtores de café e entidades representativas do setor se reuniram na segunda-feira (19), no auditório do CCCMG (Centro do Comércio de Café do Estado de Minas Gerais), em Varginha (MG), para uma reunião sobre a importação de café proposta pela indústria brasileira, a qual são contrários, pois, segundo o setor a medida poderia trazer prejuízos financeiros e fitossanitários para a cadeia. O ministro da agricultura Blairo Maggi suspendeu por 30 dias qualquer decisão sobre o assunto até que seja feita uma avaliação minuciosa dos estoques.
Durante o encontro foi elaborada uma carta dos produtores e autoridades presentes com foco na questão da importação, que será enviada para o ministro da agricultura. Também está no documento outros assuntos que preocupam o setor, como o pedido de opções com no mínimo 30% da produção nacional, alerta ao governo na questão da segurança patrimonial e segurança agrícola e segurança no caso de intempéries climáticas. (Veja o documento na íntegra abaixo)
"O assunto está sob análise e ainda será discutido. No entanto, acredito que o momento crítico já passou e que o ministro entendeu as dificuldades que os produtores vêm passando", afirma o presidente da Associação dos Sindicatos dos Produtores Rurais do Sul de Minas, Arnaldo Bottrel, que esteve presente na reunião.
Setor produtivo se reuniu no CCCMG (Centro do Comércio de Café do Estado de Minas Gerais) - Foto: Luiz Valeriano
Além de produtores e lideranças políticas, também estiveram presentes na reunião representantes de importantes entidades do setor como Breno Mesquita, representando a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária), Archimedes Coli Neto - CCCMG (Centro do Comércio de Café do Estado de Minas Gerais), Fernando Barbosa - CCAMOG (Conselho do Café da Associação da Micro Região da Baixa Mogiana), Armando Mattiello - Sincal (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite), Carlos Paulino - Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, e outros.
A proposta de importação de café conilon foi feita por representantes da indústria de café solúvel e torrado e moído em novembro. Eles pedem que o processo seja autorizado por um período determinado (janeiro até maio) e limite de até 250 mil sacas por mês, acima disso seria cobrada uma alíquota de até 35%. "Isso permite que a atividade da indústria continue e que o país não perca sua importante condição no mercado global", ressalta afirma o diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), Nathan Herszkowicz.
O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, tem apresentado consecutivas quebras na safra de conilon no Espírito Santo, que tem a maior produção da variedade no país, e que foi afetada por seguidas seca. Nos últimos meses, com a escassez do grão para a confecção de seus produtos, a indústria brasileira de café torrado e moído utilizou alguns tipos de café arábica de menor qualidade como substitutivo. Porém, a de café solúvel não tem alternativa.
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Veja a carta na íntegra: