Café: Em Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, mercado físico tem novo dia de lentidão nesta 5ª feira
Diante do feriado de Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, o mercado físico de café registrou mais um de lentidão nos negócios nesta quinta-feira (24). Mesmo com os atuais patamares, produtores aguardam melhores oportunidades de negociação, diante das quedas constantes na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e a volatilidade do dólar no Brasil.
Apesar disto, ritmo de comercialização está avançado na comparação com anos anteriores, segundo explica relatório da Safras & Mercado. Até o dia 23 de novembro foram negociadas 68% da safra de café do Brasil 2016/17, atingindo 37,32 milhões de sacas de 60 quilos. Com isso, há um aumento de 12% ao mês passado, enquanto que na comparação com o ano anterior a comercialização estava em 56%.
Para o analista Gil Barabach, houve um interesse maior em vendas com as altas registradas no mercado internacional diante das preocupações com o abastecimento na próxima temporada. "Mas, apesar da intensa atividade de venda, não houve pressão do lado da oferta, pois o vendedor aproveitou a agressividade dos compradores para desovar o café no mercado", assinalou.
Diante deste cenário, analistas do mercado apontam que o interesse por vendas diminuiu após os ajustes ocorridos no mercado internacional. Informações do boletim semanal do diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, apontam que os negócios no Brasil devem seguir em ritmo lento.
“Já os naturais brasileiros só devem voltar a ser oferecidos com mais volume caso os preços voltem a subir, não apenas em função do produtor já ter comercializado um percentual grande da safra corrente, mas também dada a proximidade do fim do ano, que pode fazer os detentores de café protelar as vendas para evitar pagar mais imposto”, aponta Costa.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) explica que esta falta de interesse neste momento já reflete nos preços do arábica. Já para o café robusta, mesmo com a oferta restrita, há um recuo nas cotações diante das perspectivas do cenário internacional. “Conforme pesquisadores do Cepea, a pressão vem das reduções nos valores externos, que estão sendo influenciados pela perspectiva de melhora na safra 2016/17 do Vietnã, maior produtor mundial de robusta”, aponta o Centro.
Já o tipo 4/5 encerra o dia com negócios a R$ 575,00 pela saca em Varginha (MG), após os preços subirem 0,88%. Em Poços de Caldas (MG), a cotação é de R$ 547,00 pela saca, com recuo de 0,36% no dia.
O tipo 6 duro, anotou alta de 3,64% em Patrocínio (MG), com negociação em R$ 570,00 pela saca de 60 quilos. Em Espírito Santo do Pinhal (SP) foi registrado o recuo de 3,57% na referência de negócios, com cotação a R$ 540,00 pela saca.
Na quarta-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 550,79 com recuo de 1,64%.