Estimativa de exportações de café da Colômbia aumentam; Brasil em queda
Autoridades norte-americanas aumentaram as expectativas para as exportações de café provenientes da Colômbia, o terceiro maior país produtor mundial. Ao mesmo tempo, as expectativas de exportações vindas do Brasil diminuíram: o café robusta deverá ter a menor baixa em 11 anos.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima uma exportação de 12,84 milhões de sacas, com um adicional de 450.000 sacas, o maior número em 24 anos, de café proveniente da Colômbia.
Esta atualização é um reflexo direto da recuperação da produção de café no país, que teve árvores replantadas após uma epidemia de ferrugem. A produção para a temporada aumentou 400.000 sacas, devendo chegar a 14 milhões de sacas.
Além disso, o menor risco de uma alteração de clima causada pelo La Niña também foi citado, assim como o apoio para promover embarques de grãos de qualidade superior.
"O café especial colombiano está crescendo em relação aos cafés certificados e orgânicos, recebendo prêmios de preços significativos, em valores mais elevados do que as exportações tradicionais de café", diz o USDA. "O café especial representa agora cerca de 40% do total das exportações de café da Colômbia".
Brasil com números em queda
Por outro lado, o USDA também diminuíram em 1 milhão de sacas as expectativas para as exportações brasileiras de café, considerando um número anterior de 34,23 milhões de sacas.
Enquanto a estimativa para a produção do café arábica no país foi revisada para cima, o café robusta teve uma queda de 1,6 milhões de sacas, a maior perda desde 2005/2006.
A produção de robusta teve queda devido a um déficit hídrico persistente, especialmente no estado do Espírito Santo.
Perspectivas de exportação
A diminuição das expectativas de exportação do café brasileiro é liderada, principalmente, pela baixa produção de café robusta.
As exportações de robusta caíram quase 90% desde o início da safra 2016/17, segundo dados das exportações brasileiras.
"Acreditamos que as exportações permanecerão abaixo do ano passado devido à combinação de menor produção, estoques baixos e forte demanda doméstica", disse Shweta Updahyaya, analista do Global Coffee Monitor.
O Global Coffee Monitor também aponta que os produtores brasileiros serão vendedores mais conservadores nesta temporada, já que estão de olho nos estoques.
A escassez de robusta também impulsionou os preços para a variedade acima dos preços do café arábica, incentivando o maior consumo de arábica no mercado doméstico brasileiro.
Tradução: Izadora Pimenta