CNC: Mapa e agentes financeiros assinam contratos para disponibilização de R$ 20 milhões do Funcafé para recuperação de cafezais

Publicado em 04/11/2016 09:46

BALANÇO SEMANAL — 31/10 a 04/11/2016

RECUPERAÇÃO DE CAFEZAIS — Nesta semana, o presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, reuniu-se com o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, para tratar, entre outros assuntos, das liberações de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). O representante do Governo Federal confirmou a nomeação de Sílvio Farnese como diretor substituto no Departamento de Café, Cana de Açúcar e Agroenergia, que, assim como a Coordenadora-Geral de Café, Janaína Macedo Freitas, ficam autorizados a assinarem, com o Ordenador de Despesa, todos os documentos referentes aos atos de gestão orçamentária e financeira dos recursos do Fundo.

Não obstante, a nomeação de um diretor, ainda que interinamente, deu celeridade na contratação dos R$ 20 milhões do Funcafé destinados à linha de financiamento para operações de Recuperação de Cafezais Danificados, publicada no Diário Oficial da União desta semana. Desse total, R$ 7,8 milhões foram acertados com o Bancoob; R$ 7,7 milhões com o Sicoob Central ES; R$ 3,5 milhões com o Sicoob Crediminas; R$ 600 mil com o Sicoob Coopacredi; e R$ 400 mil com o Sicoob Agrocredi.

O CNC recorda que podem solicitar esses recursos os produtores que tiveram, no mínimo, 10% da área de suas lavouras cafeeiras danificadas por chuvas de granizo, geadas, vendavais ou outros fenômenos climáticos. O financimaneto se destina a recuperação e replantio da área afetada, conforme orçamento, que deve ser acompanhado de laudo técnico que delimite a área prejudicada, a intensidade das perdas decorrentes do evento e identifique a forma de recuperação da capacidade produtiva dos cafezais.

Segundo determinado no Manual de Crédito Rural (MCR), o limite de empréstimo é de até R$ 3 mil por hectare, restrito a R$ 400 mil por produtor, ainda que em mais de uma propriedade. O período de contratação se estende de janeiro a dezembro, com a formalização ocorrendo até 10 meses após a ocorrência do evento climático.

O reembolso é realizado em três parcelas anuais subsequentes, respeitados os prazos: (i) de até 6 (seis) anos, incluídos até 3 (três) anos de carência, para os financiamentos destinados à recuperação de lavouras submetidas ao procedimento de recepa ou arranquio; e (ii) de até 5 (cinco) anos, incluídos até 2 (dois) anos de carência, para os financiamentos destinados à recuperação de lavouras submetidas ao procedimento de esqueletamento. 

EFEITO DO CLIMA — Atendendo a um convite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES), o presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, participou de uma reunião da cadeia produtiva do café, oportunidade na qual foi exposta a preocupação dos produtores com as consequências do efeito climático que afetou os cafezais capixabas, bem como a apreensão do setor industrial frente ao cenário de desabastecimento que a quebra de safra ocasionou.

Foram apresentadas diversas ideias por parte dos representantes das instituições e, diante do exposto, decidiu-se que uma proposta será elaborada na próxima reunião conjunta do Conselho Nacional do Café com as Federações de Agricultura de Minas Gerais (FAEMG) e do Espírito Santo (FAES), no dia 10 de novembro, em Belo Horizonte (MG). 

O presidente do CNC destaca que, se efetivamente for constatada a falta de café conilon para as indústrias, poderá haver uma mudança no blend dos produtos, com a redução de robusta e o aumento da variedade arábica no caso das torrefações. Por outro lado, para as indústrias de solúvel, é necessário que se busque outra solução, uma vez que a substituição das variedades é inviável economicamente para este segmento.

Após ouvir toda a cadeia produtiva, o CNC encaminhará uma proposta consensual para o Ministério da Agricultura, que deverá ser posta em pauta em reunião, a ser agendada e presidida pelo ministro Blairo Maggi, do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), haja vista que esse colegiado, de acordo com seu estatuto, é responsável por “regulamentar ações que visem à manutenção do equilíbrio entre a oferta e a demanda do café para exportação e consumo interno”.

MERCADO — Em meio à preocupação com o equilíbrio entre oferta e demanda mundiais e sustentados por indicadores técnicos positivos, os futuros do café acumularam nova valorização nesta semana.

No Brasil, o dólar comercial foi cotado ontem a R$ 3,236 com alta de 2,4% em relação ao fechamento da semana anterior. O movimento do câmbio acompanhou o cenário externo e foi influenciado pelas especulações relativas à eleição presidencial norte-americana, que acontecerá no dia 8 de novembro. Apesar da depreciação dos últimos dias, no ano, o real acumula valorização em relação à divisa dos Estados Unidos, o que é favorável à sustentação das cotações internacionais do café. 

Em relação ao desenvolvimento da safra 2017/18 do Brasil, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que, apesar da expectativa de menor produção na maioria das regiões cafeicultoras, devido à bienalidade negativa, a segunda floração verificada nos cafezais de arábica no início de outubro foi beneficiada pelas condições climáticas, de chuvas alternadas com sol. 

Já o desenvolvimento das floradas do conilon tem sido prejudicado pela seca no Espírito Santo, havendo expectativa de que as chuvas previstas para os próximos dias auxiliem no pegamento dessas flores. Em Rondônia, por sua vez, precipitações ocorreram desde o início de outubro favorecendo a fixação da florada. 

Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,6565 por libra-peso, com alta de 15 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.223 por tonelada, com valorização de US$ 35 em relação à última sexta-feira. 

No mercado físico nacional, os preços da saca de café também apresentaram tendência positiva, frente ao cenário de aperto de oferta. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 547,52/saca e a R$ 540,06/saca – novo recorde na série histórica do robusta –, respectivamente, com variações de 1,3% e 1% na comparação com o fechamento da semana anterior.

Fonte: CNC

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