FAEMG e CNC se reúnem para debater os rumos da cafeicultura brasileira

Publicado em 11/10/2016 15:50

O impacto do clima e o que a cafeicultura pode esperar para os próximos anos foi tema de palestra sediada pela FAEMG, em BH. Em reunião conjunta da Comissão Técnica Estadual de Cafeicultura da FAEMG e do Conselho Nacional do Café (CNC), o meteorologista Luiz Carlos Molion falou sobre ciclos climáticos e a alternância de intempéries, como os períodos de estiagem e as chuvas de granizo - como as que atingiram o sul de Minas no início do mês.

Pela análise de dados históricos e estatísticos, ele demonstrou que os movimentos climáticos são cíclicos e que, neste momento, tem início nova fase fria, marcada por fenômenos do tipo geadas e granizo, especialmente em regiões de bacias ou de maior altitude: “O clima varia por causas naturais e eventos extremos sempre ocorreram, seja por clima frio ou quente.  O mais importante é ter adaptação e planejamento para minimizar perdas”, concluiu.

Segundo o diretor da FAEMG e presidente das Comissões de Cafeicultura da entidade e da CNA, Breno Mesquita, entra aí a necessidade de modelos de seguro rural mais adequados e acessíveis aos cafeicultores: “As opções hoje disponíveis no mercado são inviáveis economicamente ao produtor que , por falta de alternativa, assume o risco para sua produção e, muitas vezes, acaba profundamente prejudicado e endividado em função destes fenômenos climáticos”

As opções de seguro e planejamento das safras foram alguns dos temas debatidos na reunião conjunta, realizada em sequência à palestra. Outro ponto foi o alinhamento de informações sobre os recursos do Funcafé, que já foram tomados por instituições financeiras e já estão quase totalmente aplicados .

O encontro foi concluído com a apresentação, feita pela analista de agronegócios da FAEMG, Ana Carolina Gomes, dos resultados da quarta edição da Semana Internacional do Café, realizada em BH, em setembro. Ela destacou a evolução e os números da edição 2016 do que já é considerado o maior evento do setor no país: “Registramos incremento de 8% em relação ao ano passado, considerando-se número de expositores e público. Mais de 14 mil visitantes, nacionais e internacionais, estiveram no Expominas, para acompanhar os 25 eventos simultâneos, as 68 palestras e workshops e mais de 30 sessões de cupping, com, aproximadamente, 2.250 xícaras provadas.  O evento gerou um total de R$ 25 milhões em negócios – movimentados apenas na feira, sem mensurar os valores obtidos indiretamente, no pós-evento”. 

“A maioria dos pontos de interesse são convergentes e as representações sindicais e cooperativas precisam trabalhar juntas para o fortalecimento do setor”, afirma Breno Mesquita.  Segundo ele, outros encontros conjuntos devem ser realizados, muitos deles tendo a FAEMG como sede: “Minas é o maior estado produtor, e temos aqui uma comissão de forte peso nacionalmente. Além disso, a maior parte dos membros do CNC também são de Minas, o que torna natural que nos encontremos em BH. Independentemente do local, ter o setor unido, discutindo os problemas e traçando ações conjuntas é muito importante e só fortalece a nossa cafeicultura”. Além dos membros das duas comissões e da CNA, participaram também representantes de entidades convidadas, como Abic e Cecafé.

Fonte: FAEMG

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Café: Safra é mais rápida, mas rendimento no Brasil preocupa e cotações avançam
Sebrae Minas, Senai e Expocacer assinam parceria que beneficiará cafeicultores do Cerrado Mineiro
Confirmando volatilidade esperada, bolsas voltam a subir e arábica avança para 240 cents/lbp
Região do Cerrado Mineiro lança campanha inédita para proteger origem autêntica de seu café
Com safra andando bem no Brasil, café abre semana com estabilidade
Café tem semana de ajustes nos preços e pressão da safra brasileira derrubando preços