CNC: Cooperativas de crédito receberam R$ 1 bilhão do Funcafé para repasses na safra 2016
REPASSES DO FUNCAFÉ — Conforme anunciado pelo CNC na terça-feira, 30 de agosto (veja em https://www.cncafe.com.br/site/interna.php?id=12644), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou o repasse de R$ 351 milhões dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para o Banco do Brasil, elevando o total encaminhado às instituições financeiras para R$ 4,518 bilhões, ou 97,54% dos R$ 4,632 bilhões previstos para a safra 2016.
Dos repasses feitos até o momento, R$ 1,752 bilhão foram destinados para a linha de Estocagem; R$ 1 bilhão ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 890 milhões para Custeio; e R$ 876 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 400 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 276 milhões para Torrefadoras e R$ 200 milhões às Indústrias de Solúvel.
O Conselho Nacional do Café destaca, ainda, que, do montante encaminhado aos agentes financeiros, R$ 1,002 bilhão (22,2%) foram para cooperativas de crédito, fato que facilita sobremaneira a chegada dos recursos às mãos dos produtores, haja vista a capilaridade que essas instituições dão ao capital do Funcafé.
Entendemos que a opção do Governo Federal em ampliar o leque de repasses às cooperativas foi muito importante e deve ser vista com bons olhos nas próximas safras, pois isso permitirá que o dinheiro do Funcafé tenha um maior índice de aplicação, atendendo aos primórdios da criação do Fundo, que é de financiar o setor. Confira, na tabela, as liberações realizadas pelo Mapa aos agentes financeiros até o momento (clique para ampliar).
MERCADO — Acumulando ganhos nos últimos seis pregões consecutivos, os futuros do café arábica apresentaram o melhor desempenho entre as commodities na semana. Indicadores técnicos, o movimento do dólar e a preocupação com o equilíbrio entre oferta e demanda mundial de café motivaram essa tendência.
No âmbito internacional, o índice do dólar recuou ontem após a divulgação de dados com viés pessimista sobre o desempenho da economia dos Estados Unidos, em especial a queda da atividade industrial.
No Brasil, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,2495, com queda de 0,7% em relação ao fechamento da semana anterior. O cenário político doméstico e as expectativas quanto ao momento da alta dos juros nos Estados Unidos são os principais fatores que têm influenciado a precificação do câmbio.
A redução significativa do volume exportado de café no mundo chamou a atenção dos investidores sobre a atual situação da oferta do produto. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), as exportações globais de julho caíram 22% em relação ao resultado do mesmo período de 2015, para 7,747 milhões de sacas de 60 kg. No Brasil, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) apontou retração de 1,7% nas vendas externas em agosto, na comparação com julho. Nos 23 dias úteis de agosto, foram exportadas 2,62 milhões de sacas de café em grão.
Em relação à safra brasileira 2017, chuvas acima de 30 milímetros ocorridas em agosto em áreas cafeeiras do Sudeste favoreceram a abertura da primeira florada em parte das lavouras do cinturão produtor de arábica, embora não a principal. Preocupações quanto à ocorrência de novas precipitações para favorecer o pegamento dessas flores também influenciaram a valorização dos preços do café. A Somar Meteorologia informou que o avanço de uma frente fria pelo Sudeste provoca chuvas sobre parte da Zona da Mata de Minas Gerais e baixos volumes acumulados nas outras origens.
No Espírito Santo, principal produtor da variedade conilon, o quadro de seca prolongada ainda é persistente, desfavorável ao desenvolvimento da próxima safra. Segundo a Climatempo, até o dia 5 de setembro, há previsão de apenas pancadas de chuvas, insuficientes para reverter a severa situação de estiagem. Para os próximos meses, a expectativa ainda é de precipitações abaixo da normalidade. Uma possível melhora do quadro climático dependerá da configuração do fenômenoLa Niña ao longo da primavera, que favoreceria a ocorrência de mais chuvas sobre a região em 2017.
Na ICE Futures US, o Contrato C rompeu a resistência de US$ 1,5 por libra-peso, abrindo espaço para tentativas de novas valorizações. Na quinta-feira, o vencimento dezembro foi cotado a US$ 1,514 por libra-peso, com alta de 655 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.852 por tonelada, com valorização US$ 33 em relação à última sexta-feira.
No mercado físico nacional, a alta dos preços de ontem favoreceu a realização de negócios. Na quinta-feira, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 501,02/saca e a R$ 422,95/saca, respectivamente, com variação de 3,8% e 0,1% em relação ao fechamento da semana anterior.