Café: Bolsa de Nova York volta ao campo positivo nesta 4ª com suporte do câmbio e incertezas com safra do Brasil

Publicado em 13/07/2016 18:01

Após realizarem ajustes técnicos na sessão de ontem, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram ao campo positivo nesta quarta-feira (13), ainda que o fechamento tenha sido praticamente estável. Durante o dia, o mercado sentiu a influência do câmbio, mas também voltou a repercutir as incertezas dos operadores em relação à qualidade da safra 2016/17 do Brasil.

O contrato julho/16 registrou hoje 146,20 cents/lb e o setembro/16 anotou 147,65 cents/lb, ambos com 25 pontos de alta. Já o vencimento dezembro/16 fechou o dia cotado a 150,55 cents/lb com 30 pontos positivos, enquanto o março/17 teve 153,30 cents/lb e 35 pontos de valorização.

"Após as boas volatilidades da semana, as cotações buscaram se acomodar dentro do atual intervalo mercadológico e desta forma nada de grandioso foi visto de forma contundente. Para amanhã, é possível que este comportamento persista", afirmou o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

Apesar das estimativas ainda apontarem alta produção de arábica nesta safra no Brasil, segundo agências internacionais, a qualidade dos grãos tem preocupado bastante os envolvidos do mercado. Com isso, os preços na ICE já voltaram a ficar mais próximos do patamar de US$ 1,55 por libra-peso.

De acordo com a Safras & Mercado, com base em levantamento divulgado nesta quarta-feira, a colheita no Brasil estava em 58% até dia 12 de julho. Considerando a produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg estimada pela consultoria, foram colhidas 31,95 milhões de sacas até o momento. Em relação ao ano passado, quando 56% da safra já estava colhida, os trabalhos estão ligeiramente adiantados.

» Café: Safras & Mercado estima colheita 2016/17 no Brasil em 58% até 12/07

A comercialização da safra 2016/17 também está mais adiantada, segundo a consultoria. Já foi negociado pelos cafeicultores 31% da produção total estimada no Brasil, ou seja, 17,22 milhões de sacas.

» Café: Comercialização da safra 2016/17 do Brasil está em 31%, aponta Safras & Mercado

Segundo o analista de mercado Gil Barabach, da Safras, o clima mais seco favoreceu os trabalhos. "O resultado do benefício reforça os sinais de quebra e pode levar a números de safra piores do que os imaginados, especialmente no Espírito Santo. No arábica, segue a discussão em torno do percentual de queda e a perda de qualidade com a chuvas em junho. A ideia gira entre 20% a 30% da safra do Sul de Minas e Mogiana comprometida com o excesso de umidade", afirma.

Durante a sessão desta quarta-feira, o câmbio também deu suporte aos preços externos. Quando o dólar está menos valorizado ante o real sempre acaba desencorajando as exportações da commodity. A moeda norte-americana caiu hoje 0,71%, cotada a R$ 3,2745, repercutindo o bom humor dos mercados globais e em cautela diante da votação da presidência da Câmara dos Deputados.

De acordo com dados reportados nesta quarta-feira pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), foram exportadas em junho mais de 2,3 milhões de sacas de café, responsáveis por uma receita de mais de US$ 350 milhões. No ano safra 2015/16, o país embarcou mais de 35 milhões de sacas de café, ao preço médio de US$ 151,26, gerando US$ 5,3 bilhões em receita.

» Ano safra 2015/2016 chega ao fim com Receita Cambial de mais de US$ 5,3 bilhões nas exportações de café

Mercado interno

Os negócios com café voltaram a ficar lentos nas praças de comercialização do Brasil nesta semana. Os produtores aguardam melhores patamares e preferem dedicar maior atenção à colheita. "O clima continua a ajudar os trabalhos do arábica e, na via inversa,  a preocupar o negócio do conilon. O estresse no negócio café ainda é elevado e sem uma perspectiva de mudança", pondera Marcus Magalhães.

O tipo cereja descascado fechou hoje com maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 580,00 a saca e alta de 0,87%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,03% e saca a R$ 552,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 578,00 a saca e valorização de 0,87%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 545,00 e alta de 0,93%. A maior variação no dia ocorreu em Franca (SP) com alta de 3,92% e saca a R$ 530,00.

Na terça-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 505,64 com queda de 0,88%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou com leve alta nesta quarta-feira. O contrato julho/16 anotou US$ 1818,00 por tonelada com avanço de US$ 11, o setembro/16 teve US$ 1820,00 por tonelada com alta de US$ 11 e o novembro/16 anotou US$ 1839,00 por tonelada com valorização de US$ 12.

Na terça-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 408,02 com alta de 0,89%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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