Café: Bolsa de Nova York opera em baixa pela segunda sessão seguida nesta manhã de 3ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com baixa de cerca de 200 pontos nesta manhã de terça-feira (21) e estendem as perdas da sessão anterior ainda em ajustes técnicos ante as recentes altas. O mercado, no entanto, segue atento às condições climáticas no Brasil e, principalmente, a possibilidade de mais chuvas nesta semana, que poderiam atrapalhar a colheita da safra 2016/17 do Brasil.
"Após as boas volatilidades presenciadas na semana passada, tanto em Nova York quanto em Londres, o mercado buscou ajustar suas posições em operações de realizações de lucros e desta forma, um tom neutro acabou saindo prevalecido na sessão desta segunda-feira", explicou ontem (20) o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. Na semana passada, os preços externos do arábica na ICE registraram alta próxima de 3%.
Por volta das 09h25, o vencimento julho/16 anotava 137,35 cents/lb e o setembro/16 tinha 139,15 cents/lb, ambos com 215 pontos de queda. Já o contrato dezembro/16 registrava 141,80 cents/lb com 200 pontos negativos, enquanto o março/17 estava cotado a 144,50 cents/lb com 170 pontos de recuo.
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Veja como fechou o mercado na segunda-feira:
Café: Em ajustes, Bolsa de Nova York fecha com queda de mais de 100 pts, mas vencimentos continuam em US$ 1,40/lb
Nesta segunda-feira (20), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com queda de pouco mais de 100 pontos em ajustes técnicos ante as recentes altas. No entanto, apesar do recuo na sessão de hoje, os vencimentos continuam próximos do patamar de US$ 1,40 por libra-peso e o clima segue no foco dos operadores. A possibilidade de chuvas nesta semana também assusta os produtores, que registraram severas perdas nos últimos dias.
O contrato julho/16 encerrou a sessão de hoje cotado a 139,50 cents/lb com 125 pontos de queda, o setembro/16 teve 141,30 cents/lb com 155 pontos de baixa. Já o dezembro/16 registrou 143,80 cents/lb também com 155 pontos negativos, enquanto o março/17 fechou o dia cotado a 146,20 cents/lb e 150 pontos de desvalorização.
"Após as boas volatilidades presenciadas na semana passada, tanto em Nova York quanto em Londres, o mercado buscou ajustar suas posições em operações de realizações de lucros e desta forma, um tom neutro acabou saindo prevalecido na sessão desta segunda-feira", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. Na semana passada, os preços externos do arábica na ICE registraram alta próxima de 3%.
Segundo agências internacionais, apesar dos ajustes técnicos presenciados no mercado nesta segunda-feira, o clima ainda continua no radar dos operadores. Mapas climáticos da Somar Meteorologia mostram que a partir desta terça-feira uma frente fria presente no Sul do Brasil deve avançar em direção a São Paulo e Sul de Minas Gerais, o que poderia prejudicar a colheita da safra 2016/17 ainda mais.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Boa Esperança (MG), Manoel Joaquim da Costa, as chuvas retiraram a proteção natural dos frutos favorecendo a maturação mais rápida e a proliferação de microrganismos. "O grão mais seco é muito mais fácil de cair do pé e se torna café de varrição. Isso afeta bastante a qualidade da bebida", explica. Além disso, "com essa situação, o produtor não consegue mais comercializar o grão como cereja descascado [que tem maior valor de mercado]", ressalta.
Sem a possibilidade de colher o cereja, os cafeicultores perdem mais de R$ 100 por saca. Segundo Costa, a previsão é de que a produção do tipo cairá mais de 50% na região somente neste ano.
As chuvas dos últimos dias tiveram impactos significativos na produção. Segundo o degustador e classificador, Hugo Silva Ferreira, da Cooperativa dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde, no Sul de Minas, é nítida a diferença nas amostras colhidas antes e depois das chuvas. "Os primeiros cafés que chegaram à cooperativa estavam mais uniformes e com sabor mais adocicado. Depois das precipitações das últimas semanas, eles ficaram mais desiguais, com grãos pretos, e o sabor mais aguado", explica.
Levantamento reportado pela Safras & Mercado na última quinta-feira (16), a colheita de café da safra 2016/17 foi indicada em 34% até 14 de junho. Levando em conta a estimativa da consultoria de 56,4 milhões de sacas de 60 kg nesta temporada foram colhidas 19,34 milhões de sacas. A colheita evoluiu 8 pontos percentuais em relação à semana anterior.
Mercado interno
No mercado físico brasileiro, apesar das altas externas que até motivaram ganhos nos preços dos tipos mais negociados nas praças de comercialização nos últimos dias, os negócios seguem lentos. "A semana começou devagar. Poucos negócios, ansiedade climática e preços firmes vem dando a tônica da rotina e ao que parece, este cenário deverá ficar neste radar mercadológico por um bom período à frente", afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) e Guaxupé (MG), ambas com R$ 560,00 a saca, preço estável na primeira e queda de 1,75% na segunda. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com queda de 4,09% e saca a R$ 539,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 567,00 a saca e queda de 1,73%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 2,96% e saca a R$ 491,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) e Franca (SP), ambas com R$ 520,00 a saca, queda de 1,89% na primeira e avanço de 1,96% na segunda. Franca (SP) teve a maior variação dentre as praças verificadas.
Na sexta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 492,98 com queda de 0,38%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta segunda-feira com alta expressiva pela segunda sessão consecutiva. O contrato julho/16 anotou US$ 1668,00 por tonelada e alta de US$ 23, o setembro/16 teve US$ 1697,00 por tonelada com avanço de US$ 23 e o novembro/16 anotou US$ 1713,00 por tonelada também com valorização de US$ 23.
Na sexta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 389,70 com alta de 0,05%.