Café: Com influência do financeiro, mercado do arábica em NY volta a perder força nesta 3ª feira
Após iniciar a sessão desta terça-feira (1º) em alta com recompras de fundos sendo registradas, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a cair no início da tarde, estendendo as perdas das últimas cinco sessões. Os principais vencimentos perdem mais de 100 pontos. O mercado volta a repercutir o cenário macroeconômico com a ausência de novidades fundamentais.
Por volta das 12h15, o vencimento maio/16 tinha 113,40 cents/lb com baixa de 165 pontos, o julho/16 registrava 115,50 cents/lb com recuo de 150 pontos. Já o contrato setembro/16 tinha 117,15 cents/lb com 165 pontos negativos, enquanto o dezembro/16 operava com 117,15 cents/lb e 165 pontos de desvalorização.
O dólar comercial voltou ao patamar de R$ 4 nesta terça-feira, o que acaba dando maior competitividade às exportações da commodity e pressiona os preços no terminal externo. Às 11h59, com a queda da moeda norte-americana em outros mercados emergentes e após o Banco Central indicar que vai rolar integralmente os swaps cambiais que vencem em abril, a moeda norte-americana registrava alta de 0,05% cotada a R$ 4,0055 na venda.
Para o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach é importante que o vencimento maio/16 se consolide no patamar de US$ 1,15/lb, "pois um novo deslize técnico pode conduzir o mercado ao fundo gráfico em 113,20 cents, o que reaproxima a bebida do perigoso patamar de 110,00 cents/lb", explica.
Nas últimas sessões, as cotações do arábica na ICE também oscilaram acompanhando o financeiro, e segundo analistas, isso deve continuar até que algum fato novo ganhe força. "O mercado está muito sobrevendido e não vejo mudança do lado fundamental no curto prazo. Com isso, o que vemos são os preços variando entre US$ 1,15/lb e US$ 1,20/lb", afirmou ontem o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Os relatos no cinturão produtivo do Brasil são de que as lavouras da safra 2016/17 têm se desenvolvido bem, o que acaba reforçando ainda mais o viés técnico do mercado.
No mercado físico brasileiro os negócios com café seguem lentos. "Os produtores não tem muito café neste período de entressafra e preferem aguardar melhores patamares. Por outro lado, vemos que o comprador também não está muito agressivo em suas apostas, diferente das últimas semanas", explicou Machado.
Na segunda-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 480,61 com queda de 0,91%.