Café: Ainda pressionada pelo macro, Bolsa de NY fecha em baixa pela quinta sessão consecutiva nesta 2ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em baixa pela quinta sessão consecutiva nesta segunda-feira (29). O mercado continua sendo influenciado pelo comportamento do dólar, indicadores técnicos e o ambiente externo, uma vez que praticamente todas as variáveis fundamentais já foram precificadas. Analistas acreditam que sem um fato novo os preços externos devem permanecer oscilando entre US$ 1,15 por libra-peso e US$ 1,20/lb.
O vencimento março/16 fechou a sessão de hoje cotado a 112,65 cents/lb com baixa de 35 pontos, o maio/16 teve 115,05 cents/lb com recuo de 15 pontos. Já o contrato julho/16 registrou 117,00 cents/lb também com 15 pontos de desvalorização, enquanto o setembro/16 registrou 118,80 cents/lb com queda de 10 pontos.
Segundo o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, os fatores técnicos ainda devem dominar as cotações do arábica nos próximos dias. "O mercado está muito sobrevendido e não vejo mudança do lado fundamental no curto prazo. Com isso, o que vemos são os preços variando entre US$ 1,15/lb e US$ 1,20/lb", afirma.
De acordo com informações divulgadas na semana passada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as lavouras de arábica da safra 2016/17 têm se desenvolvido bem e em algumas regiões a maturação está adiantada, o que deve favorecer a colheita antecipada. No geral, os relatos dos produtores são otimistas e, alguns, já esperam um aumento do volume e da qualidade dos grãos nesta temporada.
Diante dessa expectativa otimista na produção do Brasil, os investidores se voltam cada vez mais para os aspectos técnicos. O câmbio, por exemplo, tem pressionado bastante os preços externos nas últimas sessões e hoje não foi diferente. A moeda norte-americana mais forte encoraja as exportações da commodity. O dólar comercial encerrou a sessão desta segunda-feira com avanço de 0,15%, vendida a R$ 4,0035.
Para o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, "o fechamento [de sexta-feira] dos terminais Londrino e Nova Iorquino não inspira confiança aos altistas e se o dólar americano se valorizar as chances são grandes de vermos ambos os mercados fazerem novas mínimas".
Mercado interno
As cotações do café arábica no Brasil seguem firmes mesmo com a queda no terminal de referência. No entanto, os negócios seguem limitados. "Os produtores não tem muito café neste período de entressafra e preferem aguardar melhores patamares. Por outro lado, vemos que o comprador também não está muito agressivo em suas apostas, diferente das últimas semanas", explica Anilton Machado.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Guaxupé (MG) com queda de 3,04% e saca cotada a R$ 542,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 542,00 a saca e baixa de 3,04%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Franca (SP) e Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca, ambas com queda de 0,97%. A maior oscilação no dia foi em Araguari (MG) com baixa de 3,85% e R$ 500,00 a saca.
Na sexta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 485,04 com queda de 0,12%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam com forte alta nesta segunda-feira, após sete sessões consecutivas de queda. O contrato março/16 registrou US$ 1371,00 por tonelada e alta de US$ 45, o maio/16 teve US$ 1412,00 por tonelada e avanço de US$ 46, enquanto o julho/16 anotou US$ 1441,00 por tonelada também com valorização de US$ 46.
Na sexta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 375,16 com alta de 0,19%.