Café: Após operar em alta, NY cai quase 100 pts nesta 5ª feira seguindo queda generalizada das commodities

Publicado em 25/02/2016 17:52

Após registrarem alta de até 185 pontos pela manhã, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuaram no final dos trabalhos desta quinta-feira (25) e acabaram fechando do lado vermelho da tabela. Ausente de novidades fundamentais, o mercado do café sentiu a pressão do mau humor nos mercados globais em um dia marcado pela baixa generalizada das commodities.

Os lotes com vencimento para março/16 registraram 114,65 cents/lb com baixa de 40 pontos, o maio/16 teve 116,15 cents/lb com recuo de 85 pontos. Já o contrato julho/16 registrou 118,05 cents/lb e o setembro/16 anotou 119,70 cents/lb, ambos com desvalorização de 80 pontos.

Para o analista da Maros Corretora, o dia nos mercados globais foi tranquilo e marcado por operações de ajustes ante as recentes volatilidades. "Mais uma vez, o intervalo mercadológico em Nova York para o café entre 115,00 e 120,00 cents/lb foi respeitado, voltando a consolidar minha teoria de que o ativo tem forças para defender seu espaço", afirma.

Apesar de fechar do lado vermelho da tabela hoje, as cotações do arábica no terminal externo registraram alta durante a maior parte da sessão, com recompras de fundos sendo registradas e com o dólar em baixa. Ainda assim, de acordo com Magalhães, mesmo com a proximidade da colheita no Brasil, as cotações na ICE devem permanecer em cerca de US$ 1,20/lb.

Nesta quinta-feira, o dólar fechou com baixa de 0,17%, cotado a R$ 3,95 na venda, acompanhando outras moedas da América Latina em uma trégua na aversão a risco. No entanto, os investidores seguem atentos aos preços do petróleo e as incertezas econômicas da China, o que ainda pode trazer fragilidade à moeda.

De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as lavouras de arábica têm se desenvolvido melhor que na safra passada e, em algumas regiões, a maturação está adiantada. Com isso, os produtores de algumas importantes áreas podem iniciar a colheita já em meados de maio, antecipando a oferta de cafés da nova temporada ainda para o final do primeiro semestre. No geral, os relatos dos produtores são otimistas com o possível aumento do volume e da qualidade dos grãos na temporada 2016/17.

» Café: Safra 2016/17 pode chegar um pouco antes ao mercado

Mapas climáticos da Somar Meteorologia mostram que até sábado estará presente uma condição climática tipicamente tropical com calor e pancadas de chuva durante as tardes no Paraná, São Paulo e Sul de Minas Gerais. Já no domingo, o acumulado de chuva volta a aumentar nestas três áreas.

Mercado interno

Os negócios no mercado físico brasileiro seguem limitados. No entanto, no Sul de Minas, alguns cafeicultores já começam vender seus produtos a preços futuros. "A proximidade da safra cafeeira começa a deixar as cotações vigentes sem um viés forte de alta e ao que parece, este cenário deverá prevalecer nas próximas semanas", explica Marcus Magalhães.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação em Guaxupé (SP) com R$ 557,00 a saca e alta de 2,39%. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com queda de 3,64% e saca cotada a R$ 530,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 557,00 a saca e avanço de 2,39%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP) e Franca (SP) com queda de 1,96%, ambas com R$ 500,00 a saca.

Na quarta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 482,08 com queda de 2,56%.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, também fecharam em baixa nesta quinta-feira. O contrato março/16 registrou US$ 1327,00 por tonelada e queda de US$ 8, o maio/16 teve US$ 1369,00 por tonelada e recuo de US$ 2, enquanto o julho/16 anotou US$ 1397,00 por tonelada e desvalorização de US$ 5.

Na quarta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 383,35 com queda de 2,50%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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