Café: Bolsa de Nova York fecha em alta pela sexta sessão consecutiva e perspectivas são otimistas

Publicado em 28/01/2016 17:01

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em alta pela sexta sessão consecutiva nesta sexta-feira (28). Os principais vencimentos exibiram ganhos próximos de 100 pontos, o contrato março/16, inclusive, chegou a operar durante o dia acima de 1,20 por libra-peso – importante patamar, segundo analistas –. O mercado tem se baseado nos últimos dias mais em aspectos técnicos e recompras de fundos são registradas. O dólar em queda ante o real também acaba dando suporte às cotações. No entanto, questões fundamentais também começam a repercutir entre os operadores, dentre elas a queda dos estoques brasileiros.

Os lotes com vencimento para março/16 encerraram o pregão cotados a 119,15 cents/lb, o maio/16 registrou 121,30 cents/lb e o julho/16 anotou 123,00 cents/lb, ambos com valorização de 95 pontos. Já o contrato setembro/16 registrou 124,60 cents/lb com 85 pontos de avanço.

"O mercado tem registrado grande posição de vendidos nos últimos dias, porém, baseando-se apenas nas questões fundamentais, acredito que o cenário é de alta para os preços na Bolsa", afirma o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado. Os estoques do Brasil estão baixos e a demanda por café continua subindo. O banco ABN Amro, por exemplo, estima que ela possa exceder a oferta em mais de 4% neste ano.

Além das recompras de fundos registradas no mercado, as cotações também acabaram ganhando suporte com a queda do dólar ante o real – o que acaba desencorajando as exportações –. O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 4,0800 na venda com baixa de 0,14%. Os investidores repercutiram a nova alta nos preços do petróleo e as expectativas de que o Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, demore a elevar os juros do país.

» Dólar cai 0,14% frente ao real em sessão volátil, com petróleo e Fed

Informações de agências internacionais confirmam que os dados de queda nos estoques brasileiros começam a repercutir no mercado. Em meio a três safras consecutivas de queda, o volume armazenado pelo Brasil conseguiu suprir os volumes recordes de exportação em 2014 e 2015. Em entrevista exclusiva ao Notícias Agrícolas na sexta-feira passada, o presidente do CNC (Conselho Nacional do Café), Silas Brasileiro informou que estoques de passagem do País devem chegar em março deste ano com o menor volume da história, entre 4 e 5 milhões de sacas de 60 kg.

» Brasil deve iniciar 2016 com o menor estoque de passagem de café da história

Mercado interno

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), os negócios com café no mercado físico brasileiro ganharam ritmo nos últimos dias com os produtores mais ativos por conta dos preços firmes. Após duas safras de produção em baixa e de exportações em alta, os estoques brasileiros estão apertados. De acordo com Anilton Machado, a maior procura nas praças de comercialização é pelos melhores tipos.

» Café: Indicador do arábica avança 5%; robusta é recorde

O cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Varginha (MG) com saca cotada a R$ 550,00 e queda de 3,51%. Foi a maior no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 563,00 a saca e queda de 0,53%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 0,97% e R$ 510,00 a saca.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 540,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Patrocínio (MG) com recuo de 2,00% e saca cotada a R$ 490,00.

Na quarta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 498,26 com alta de 0,19%.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta quinta-feira, após serem puxadas na sessão anterior pela desaceleração das vendas vietnamitas. O contrato março/16 registrou US$ 1404,00 por tonelada com queda de US$ 12, o maio/16 teve US$ 1430,00 por tonelada com recuo de US$ 11. O vencimento julho/16 anotou US$ 1460,00 por tonelada com desvalorização de US$ 10.

Na quarta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 398,20 com avanço de 0,47%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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