Café arábica esboça recuperação nesta tarde de 5ª em NY, após atingir o menor patamar em dois anos
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) esboçam recuperação técnica nesta tarde de quinta-feira (21), após o mercado tocar o patamar mais baixo em dois anos no último pregão – acompanhando o cenário macroeconômico e a previsão de maior safra para o Brasil. Em Londres, os preços do robusta também recuaram forte ontem com expectativa de melhor produção do Vietnã e acompanhando o tombo generalizado das commodities.
Por volta das 12h43, o vencimento março/16 tinha 113,50 cents/lb e o maio/16 registrava 115,80 cents/lb, ambos com alta de 190 pontos. Já o contrato julho/16 operava com 118,30 cents/lb, enquanto o setembro/16 anotava 120,25 cents/lb, ambos com valorização de 230 pontos.
Apesar da recuperação nas cotações do arábica hoje, segundo agências internacionais, os fundamentos de mercado – safra 2016/17 alta para o Brasil – e o câmbio ainda repercutem no mercado. O dólar avança forte sobre o real nesta quinta-feira e chegou a bater R$ 1,17 na venda pela manhã, após a decisão do Copom de manter os juros em 14,25% ao ano. Às 12h54, a moeda norte-americana subia 1,44%, vendida a R$ 4,164.
"Não acho que os preços do café devam cair muito mais, mas todos devem ficar atentos ao movimento do real em relação ao dólar", explica o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa.
Na sessão anterior, o mercado acompanhou o mau humor no cenário macroeconômico e as incertezas no Brasil – o que impactou o câmbio –, derrubando quase todas as commodities, além da divulgação da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra 2016/17 do Brasil. A Instituição estima produção de até 51,94 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado, podendo ser um recorde na história do País.
De acordo com mapas climáticos da Somar Meteorologia, uma frente fria e instabilidades tropicais no interior do Brasil causam chuva forte nesta quinta-feira no Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais, sul da Bahia e em parte do Cerrado Mineiro.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as chuvas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras de arábica em Minas Gerais e São Paulo. Já no Paraná, os produtores têm relatado problemas com os tratos os culturais por conta das fortes precipitações. Para o robusta, a situação melhorou um pouco nos últimos dias, com chuvas neste final de semana no Espírito Santo, maior estado produtor da variedade no Brasil.
Nas praças de comercialização do Brasil o dia promete ser de negócios isolados e com preços firmes, segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. O dólar em alta ajuda a manter os preços firmes em reais para o produtor brasileiro. Na quarta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 475,22 com queda de 1,75%.