Café: Cotações do arábica em NY caem quase 200 pts nesta 4ª feira com avanço do dólar e estimativa da Conab
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuam quase 200 pontos nesta tarde de quarta-feira (20). O mercado acompanha o avanço do dólar em relação ao real e repercute a estimativa de safra da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para o Brasil, que pode ser recorde desde 2012.
Por volta das 12h12, o vencimento março/16 tinha 113,80 cents/lb com queda de 185 pontos, o maio/16 registrava 116,00 cents/lb com recuo de 190 pontos. Já o contrato julho/16 operava com 118,20 cents/lb e o setembro/16 anotava 120,10 cents/lb, ambos com desvalorização de 175 pontos.
Após registrar leve alta na véspera, o dólar comercial avança quase 1% nesta quarta-feira. Diante das incertezas na econômicas e com a queda no preço do petróleo, os investidores procuram investimentos mais seguros, como o dólar, e deixam as commodities. Às 12h12, a moeda norte-americana subia 0,7050%, cotada a R$ 4,0835 na venda. O dólar mais valorizado ante a moeda brasileira também dá maior competitividade às exportações.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou pela manhã sua primeira estimativa para a safra 2016/17 de café do Brasil e o mercado também repercute esses dados. Segundo agências internacionais, os investidores já esperavam uma colheita alta para o Brasil, mas não falavam em recorde.
A instituição acredita que a produção do País nesta temporada fique entre 49,13 e 51,94 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado. Se considerada a média de produção (50,5 milhões de sacas), esta pode ser a segunda maior safra da história, ficando atrás apenas de 2012, que foi de 50,8 milhões de sacas.
As chuvas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras de arábica em Minas Gerais e São Paulo. Já no Paraná, os produtores têm relatado problemas com os tratos os culturais por conta das chuvas. Para o robusta, a situação melhorou um pouco nos últimos dias, com chuvas neste final de semana no Espírito Santo, maior estado produtor da variedade no Brasil.
Nas praças de comercialização do Brasil os negócios com café seguem lentos, mas o câmbio tem limitado queda nas cotações. "Os preços internos se mantém firmes em reais graças à alta do dólar. Os vendedores seguem recuados e a ansiedade é elevada", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.