Chuvas favorecem lavouras de café arábica da safra 2016/17; estimativas apontam colheita de até 50 milhões de sacas
O cinturão produtivo de café do Brasil tem recebido bons volumes de chuva nos últimos dias, o que tem contribuído para o desenvolvimento das lavouras de arábica da safra 2016/17. Estimativas recentes já estimam colheita de até 50 milhões de sacas. No entanto, no Espírito Santo, maior estado produtor de conilon, as recentes precipitações não devem reverter o déficit hídrico e a colheita neste ano pode cair mais uma vez.
"As lavouras de arábica deste ciclo estão bem melhores que nos anos anteriores, principalmente em Minas Gerais. Acontece neste momento na maioria das regiões produtoras o enchimento de grãos e a chuva é muito importante nesta etapa", explica o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, José Braz Matiello.
Dados da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) mostram que praticamente todas as cidades com estações meteorológicas da instituição têm acumulado mensal acima de 100 milímetros, e ainda não passamos da segunda quinzena do mês. Em Coromandel (MG), o volume de chuva já passa de 300 mm. (Veja a tabela abaixo). Na quarta-feira (13), o município que recebeu maior precipitação foi Campestre (MG) com 50,8 mm e o menor, Monte Santo de Minas (MG) com 0,8 mm.
Fonte: Cooxupé
Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que uma frente deve continuar provocando chuva intensa entre São Paulo e Minas Gerais no decorrer desta semana. Em alguns municípios próximos à Franca (SP), o acumulado de chuva pode superar os 100 mm.
Segundo boletim do Cepea divulgado nesta quinta-feira (14), os "produtores se animam e realizam os tratos culturais, especialmente a adubação – que tinha sido reduzida em anos anteriores devido ao clima seco e à falta de caixa dos produtores".
No Paraná, as precipitações estão mais fortes e dificultam os cuidados com as lavouras, até mesmo a adubação. Já no Espírito Santo, as chuvas são pontuais desde a floração e continuam insuficientes para garantir uma boa granação e adubação. "A situação continua bem complicada para o estado, acredito que a safra capixaba deve ter quebra de 30% a 40% na safra 2016/17", explica Matiello.
De acordo com a estimativa mais recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a colheita brasileira da safra 2016/17 pode chegar a 49,7 milhões de sacas de 60 kg, ante 44,2 milhões de sacas em 2015. Já para o CNC, a colheita do País neste ano deve ficar entre 48 e 50 milhões de sacas, após três safras consecutivas de quebra.
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