Café: Safra de arábica deve se recuperar e de robusta, ter nova queda, estima Cepea
Ainda sob influência do El Niño, o clima no primeiro semestre de 2016 pode continuar favorável ao desenvolvimento da safra 2016/17 de arábica, mas prejudicial ao robusta. Mesmo com expectativa de maior produção de arábica no Brasil, os estoques da variedade devem seguir em patamares reduzidos, o que pode sustentar os preços ao longo do ano. O robusta, por sua vez, deve seguir valorizado, visto que a safra tende a ter nova redução.
Até o início de janeiro, o clima favoreceu a abertura das flores nas lavouras de arábica e também a granação. Com isso, a maioria dos produtores tem realizado os tratos culturais recomendados. Com esse cenário e considerando-se que a próxima temporada será de bienalidade positiva, colaboradores do Cepea indicam que caso as condições climáticas sigam favoráveis a produção de arábica pode superar a da atual temporada, tanto em qualidade como em volume.
Já o robusta tem sido prejudicado pelo El Niño. No Espírito Santo, a quantidade de chuva foi reduzida em 2015, especialmente no segundo semestre. Assim, apesar de as floradas nas lavouras capixabas terem sido uniformes e volumosas, a forte estiagem e as altas temperaturas prejudicaram o desenvolvimento da safra. A seca também atrapalhou os tratos culturais e as expectativas iniciais são de que a safra 2016/17 não seja boa.
Segundo a Somar meteorologia, o enfraquecimento do El Niño no Brasil só deve ocorrer a partir de junho, com a chegada do inverno. Para as regiões produtoras de arábica, apesar de favorecer o desenvolvimento da safra 2016/17, o excesso de umidade pode prejudicar a colheita, tradicionalmente iniciada em no final do primeiro semestre.
Em relatório divulgado na segunda quinzena de dezembro, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou que o consumo mundial de café deve alcançar 148,26 milhões de sacas em 2015/16, com estoques mundiais ao final da temporada 2015/16 de 36,692 milhões de sacas, o menor desde a safra 2013/14. Para o Brasil, o Departamento Norte-Americano estima estoque de 5,198 milhões de sacas no encerramento da safra atual (2015/16), em junho/16, maior que o da temporada 2014/15, porém ainda o menor desde a safra 2012/13.