Café: Bolsa de NY cai mais de 300 pts nesta 4ª e derruba vencimento março/16 para patamar de US$ 1,19/lb
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira (6). As cotações estão sendo pressionadas pela valorização do dólar em relação ao real e a moeda de outras origens produtoras. Além disso, o clima no Brasil também está em foco.
O vencimento março/16 encerrou o pregão de hoje cotado a 119,95 cents/lb com queda de 305 pontos. O maio/16 anotou 122,10 cents/lb e o julho/16 encerrou o dia com 124,10 cents/lb, ambos com recuo de 300 pontos. Já o contrato setembro/16 teve 125,80 cents/lb com recuo de 295 pontos.
"O mercado repercute a desvalorização das moedas dos principais países produtores em relação ao dólar. As condições climáticas no cinturão produtivo do Brasil também estão no centro das atenções dos operadores", disse o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Após cair 1,01% na véspera, o dólar voltou a fechar em alta sobre o real hoje com investidores evitando correr riscos em meio a preocupações com a economia chinesa. A moeda estrangeira mais valorizada dá maior competitividade às exportações e influencia os preços externos e internos, pois as transações são feitas em dólar. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,70%, cotado a R$ 4,0214 na venda.
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Segundo os principais bancos de commodities do mundo, os preços do café arábica, principalmente, devem continuar sendo influenciados pelo câmbio nestes primeiros dias de 2016.
"As economias dependentes das exportações de commodities, incluindo entre outros, a Colômbia, Brasil, América Central, Burundi e Indonésia, vão ter problemas decorrentes da fraqueza de suas moedas em 2016, de uma forma ou outra", informou o Rabobank em matéria publicada pelo Agrimoney. O banco, no entanto, pondera que existem fatores fundamentais no mercado que apontam para um cenário otimista no longo prazo.
Com relação ao clima, as principais instituições meteorológicas não apontam chuvas abrangentes nesta semana no cinturão produtivo. Linhas de instabilidade mantêm a chuva forte sobre boa parte das Regiões Centro-Oeste e Nordeste, distante das áreas produtoras de café do Brasil, informa a Somar Meteorologia.
Mercado interno
No Brasil, os negócios com café seguem isolados. Com isso, alguns picos de alta começam a ser registradas nas praças de comercialização. Na terça-feira (5), por exemplo, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 504,26 com alta de 1,49%.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha(MG) com R$ 535,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 5,69% e saca valendo R$ 514,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 577,00 a saca e queda de 1,70%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 575,00 e queda de 1,71%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 2,12% e R$ 554,00 a saca.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta quarta-feira, seguindo Nova York. O contrato janeiro/16 teve US$ 1.463,00 por tonelada com queda de US$ 2, o março/16 registrou US$ 1.492,00 por tonelada e recuo de US$ 15, enquanto o vencimento maio/16 teve US$ 1.520,00 por tonelada com desvalorização de US$ 17.
Na terça-feira (5), o Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 385,40 com queda de 0,20%.