Café: Bolsa de NY opera em baixa nesta 2ª feira, devolvendo parte dos ganhos da semana anterior

Publicado em 28/12/2015 08:30

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam em baixa na manhã desta segunda-feira (28). O mercado estende as perdas da sessão anterior pressionado por um real mais fraco e projeções indicando um déficit menor na próxima temporada, e devolvendo parte dos ganhos da semana passada quando os principais vencimentos chegaram a fechar com alta de 180 pontos na quarta-feira (23).

Por volta das 12h34, o vencimento março/16 tinha 118,80 cents/lb com mais de 90 pontos de baixa, o maio/16 anotava 121,00 cents/lb com 95 pontos de queda. O contrato julho/16 operava com 122,80 cents/lb e 115 pontos negativos, enquanto o setembro/16 registrava 124,55 cents/lb com 120 pontos de desvalorização.

É importante destacar que os analistas da CoffeNetwork reduziram a projeção de déficit de café em 2015/16 em 2 milhões de sacas, para 0,6 milhão de sacas. Além disso, o analista do Price Futures Group, Jack Scoville, lembra que as mais recentes estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) para o mercado de café ainda pesaram sobre as cotações, já que apontaram estoques capazes de manter o mundo "bem cafeinado".

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Veja como fechou o mercado na última quarta-feira (23):

Café: Investidores se posicionam para o final de ano e Bolsa de Nova York fecha com alta de 180 pts nesta 4ª feira

Nesta quarta-feira (23), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com alta moderada influenciada por fatores técnicos, como compras de fundos de investimento. Os vencimentos oscilaram dos dois lados da tabela durante a sessão e o mercado trabalhou com baixo volume de negócios. Com a proximidade das festas de final de ano muitos operadores já estão ausentes de suas mesas. Amanhã a bolsa norte-americana trabalha em horário reduzido, até às 16h05 (horário de Brasília), e na sexta-feira (25) não haverá pregão por conta do Natal.

Os lotes com vencimento para  março/16 encerraram a sessão de hoje cotados a 120,95 cents/lb com 180 pontos de valorização, o maio/16 anotou 123,10 cents/lb com alta de 175 pontos. Já o contrato julho/16 encerrou o dia com 125,05 cents/lb e 165 pontos de valorização e o setembro/16 teve 126,85 cents/lb com avanço de 155 pontos.

"Os ativos globais, de uma forma em geral, tiveram uma performance positiva indicando que os grandes operadores já estão ajustando suas posições em aberto afim de melhor passar a virada do ano fiscal que se aproxima, ou seja, da forma mais confortável possível ou menos exposta a riscos desnecessários", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

Com a ausência de novidades nos fundamentos, o mercado também acompanhou bastante nestes últimos dias de 2015 a volatilidade do câmbio, que influencia diretamente nas exportações da commodity. O dólar comercial encerrou esta quarta-feira cotado a R$ 3,9523 na venda com queda de 0,91%. A moeda estrangeira menos valorizada ante o real desencoraja os embarques do grão mesmo em um período de baixo fluxo de negócios.

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Apesar da valorização no pregão de hoje, informações de agências dão conta que os participantes no mercado seguem atentos às condições climáticas nas principais origens produtoras. A Somar Meteorologia informa que o cinturão produtivo de café do Brasil deve receber nos próximos dias chuvas em forma de pancadas de verão com volumes e distribuição bem irregulares.

Mercado interno

Os negócios no mercado físico brasileiro também seguem lentos nesta semana de natal. Os produtores aguardam o próximo ano para voltar a atuar no mercado com mais segurança. As perspectivas para 2016 são mais otimistas, o clima nos últimos meses tem beneficiado o desenvolvimento das lavouras para a próxima safra, que é de alta bienalidade para a maioria das regiões, os estoques mundiais estão baixos e o consumo só aumenta.

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Segundo divulgação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) nesta quarta-feira, apesar de fortes oscilações ao longo de 2015, os valores do arábica encerram 2015 praticamente nos mesmos níveis nominais da safra passada. Na parcial deste ano (até o dia 21 de dezembro), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 acima acumula alta de 17%, enquanto o do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, sobe apenas 2,9%.

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O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 557,00 - estável. Não houve oscilação em nenhuma das praças para o tipo.

O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 562,00 a saca - estável. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com valorização de 0,82% e saca cotada a R$ 489,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Franca (SP) com R$ 500,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,25% e saca valendo R$ 485,00.

Na terça-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 484,78 com alta de 1,03%.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estáveis nesta quarta-feira, também com baixo volumes de negócios e os investidores adotando cautela ante o final do ano. O Espírito Santo, principal estado produtor da variedade robusta, enfrenta grave seca e isso pode impulsionar os preços da variedade em 2016.

O contrato janeiro/16 teve US$ 1.491,00 por tonelada - estável, o março/16 registrou US$ 1.531,00 por tonelada e avanço de US$ 4, enquanto o vencimento maio/16 teve US$ 1.558,00 por tonelada com valorização de US$ 5.

Na terça-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 380,80 com avanço de 0,53%.

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Por: Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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