Principal praga da atividade cafeeira, broca do café é tema de audiência pública na Câmara dos Deputados
Considerada a principal praga da atividade cafeeira, a broca do café ataca os frutos no período de maturação e tem sido motivo de preocupação constante para os cafeicultores brasileiros. A ausência de defensivos agrícolas, devidamente registrados e eficientes, dificulta o combate da praga e deixa as lavouras vulneráveis aos efeitos negativos de perda de produtividade e de qualidade. Para discutir os impactos causados pela praga no processo de produção até a exportação, a Câmara dos Deputados promoveu uma audiência pública na semana passada com os principais representantes do setor.
A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) esteve presente na reunião e apresentou alguns dados do seu recente estudo que identificou o aumento da incidência de café brocado em cafés torrados e moídos. “A ocorrência de café brocado aumentou desde que o Endosulfan, defensivo mais eficaz no controle da praga, foi banido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em julho de 2013. Isso deixou os produtores reféns dos ataques da broca”, disse o assessor técnico da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fernando Rati.
Registro de defensivos – Um dos pleitos do setor para combater a broca do café ou diminuir os impactos causados nos grãos é o registro definitivo de defensivos agrícolas. Segundo Fernando Rati, a autorização de novos produtos vai estimular a competitividade e inovação e tornar os preços mais acessíveis. Também vai possibilitar a rotatividade de defensivos para evitar a resistência da praga aos princípios ativos.
Além da CNA, Anvisa e ABIC, também estiveram presentes na audiência pública os representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer) e os deputados Silas Brasileiro (PMDB-MG) e Evair de Melo (PV-ES).