Café: Bolsa de Nova York avança 200 pts nesta 4ª feira com dólar e expectativa de oferta mundial reduzida
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam em alta nesta tarde de quarta-feira (9), após fecharem em baixa nas últimas duas sessões. O mercado, mais uma vez, tem suporte do dólar que passou a recuar mais de 1,5% ante o real hoje. Além disso, informações sobre aperto na oferta mundial e estoques reduzidos nos principais países consumidores também acabam deixando os investidores mais otimistas. Com isso, os lotes com vencimento para 2016 já se aproximam de US$ 1,30 por libra-peso.
"Os grandes players já começam a colocar suas apostas no mercado dentro da realidade de 2016. Apesar de termos uma safra brasileira maior que a última colhida, o volume deve ser muito aquém do que o mercado precisa", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Por volta das 12h28, o vencimento março/16 tinha 127,30 cents/lb com alta de 210 pontos, o maio/16 anotava 129,30 cents/lb com valorização de 195 pontos. O contrato julho/16 operava com 131,20 cents/lb e o setembro/16 registrava 133,10 cents/lb, ambos com 190 pontos de avanço.
Com os investidores atentos ao cenário político do Brasil, às 12h20, a moeda norte-americana recuava 1,49%, cotada a R$ 3,7529 na venda. A moeda estrangeira influência na competitividade das exportações, mas também reflete nos preços das commodities.
Informações sobre aperto na oferta mundial de café e queda nos estoques dos principais países consumidores também ajudam a impulsionar as cotações nesta quarta-feira. De acordo com estimativa do Rabobank, o déficit no mercado global da commodity deve continuar pelo segundo ano consecutivo em 2015/16 por causa de uma desaceleração esperada nas exportações do Brasil.
Nas praças de comercialização do Brasil os negócios seguem lentos e os preços sustentados. No entanto, para Marcus Magalhães, a perspectiva para o mercado interno em 2016 é mais otimista. "Acredito que teremos preços interessantes no lado interno e externo, mas principalmente, teremos produções que irão, com certeza, dar mais liquidez nas praças de comercialização", afirmou o analista ontem ao Notícias Agrícolas.