Café: Com suporte do câmbio e aperto na oferta, Bolsa de NY fecha em alta pela quarta sessão consecutiva nesta 6ª feira

Publicado em 04/12/2015 17:08

As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em alta pela quarta sessão consecutiva nesta sexta-feira (4), acumulando valorização de 1,68% no vencimento março/16 na semana. O mercado tem se baseado muito nos últimos dias no câmbio, que influencia diretamente nas exportações e preços das commodities. Além disso, informações sobre aperto na oferta mundial também influenciaram os preços nesta semana.

Hoje, o vencimento dezembro/15 fechou cotado a 124,00 cents/lb com avanço de 195 pontos, o março/16 teve 126,95 cents/lb com 210 pontos de valorização. Já o contrato maio/16 anotou 129,10 cents/lb e o julho/16 fechou o dia com 131,15 cents/lb, ambos com 205 pontos de alta.

"As bolsas continuaram a trajetória de recompras e desta forma, o campo positivo continuou a prevalecer. Vale ressaltar, que tecnicamente, os fechamentos foram interessantes o que dá a possibilidade de haver no front a continuidade do movimento corretivo deflagrado", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

O dólar fechou em baixa, também pela quarta sessão seguida, cotado a R$ 3,7390 na venda e baixa de 0,26%. Os investidores refletem as expectativas sobre a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e as informações sobre a taxa de desemprego dos Estados Unidos que ficou praticamente estável em novembro, abrindo caminho para o Fed (Federal Reserve) elevar os juros ainda neste mês.

» Dólar fecha em queda pelo 4º dia consecutivo, a R$ 3,739, com EUA e política local

Para o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, "o cenário de oferta e demanda tende a pesar mais sobre as commodities do que a pressão do câmbio". Ele estima que o dólar influencie mais nos preços locais do que nas demandas internacionais. Mas ainda assim, é fundamental que os produtores se planejem para evitar perdas em momentos de grande volatilidade.

Informações sobre aperto na oferta mundial de café também ajudaram a impulsionar as cotações. De acordo com estimativa do Rabobank, o déficit no mercado global da commodity deve continuar pelo segundo ano consecutivo em 2015/16 por causa de uma desaceleração esperada nas exportações do Brasil.

"Nós ainda acreditamos que os fundamentos altistas ressurgirão uma vez que as exportações brasileiras percam fôlego", disse o Rabobank.

Já a Volcafe reduziu sua estimativa de déficit global de café em 2015/16 em cerca de um terço, após os estoques do Brasil caírem e o dos países consumidores não.

No cinturão produtivo do Brasil, o clima continua beneficiando as lavouras da próxima safra.  Informações da Somar Meteorologia apontam chuvas frequentes em praticamente todas as áreas produtoras. Na Zona da Mata de Minas Gerais e sul do Espírito Santo, estima-se mais de 100 milímetros até 6 de dezembro.

"O clima vem favorecendo o desenvolvimento das lavouras e animando produtores de arábica, que têm realizado os tratos culturais necessários", informou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da ESALQ/USP) ontem.

Mercado interno

Após um leve aquecimento nos negócios na segunda quinzena de novembro, os produtores voltaram a se distanciar das praças de comercialização do Brasil. Para Marcus Magalhães, a sensação é de que o ano já acabou. "Nada acontece de forma contundente e quando acontece, na maioria das vezes, é problema", diz. No comparativo semanal, a maioria das cidades registraram queda nos preços em relação a sexta-feira passada. Ainda assim, a média dos principais tipos continua em cerca de R$ 500,00 a saca de 60 kg.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 556,00 e alta de 1,09%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,14% e saca valendo R$ 534,00.

Da sexta-feira passada para esta, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Poços de Caldas (MG) com queda de R$ 14,00 (-2,55%), saindo de R$ 548,00 para R$ 534,00 a saca.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 561,00 a saca e avanço de 1,08%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.

Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Guaxupé (MG) que tinha saca cotada a R$ 553,00, mas subiu R$ 8,00 (+1,45%) e agora vale R$ 561,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 515,00 a saca - estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,88% e saca cotada a R$ 487,00.

A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP), por lá a saca estava cotada a R$ 490,00 na sexta passada, mas teve desvalorização de R$ 10,00 (-2,04%), e agora está em R$ 480,00.

Na quinta-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve valorização de 1,63% com a saca de 60 kg cotada a R$ 474,45.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estáveis nesta sexta-feira. O contrato janeiro/16 encerrou a sessão cotado a US$ 1535,00 por tonelada e queda de US$ 2, o março/16 teve US$ 1564,00 por tonelada com alta de US$ 1 e o maio/16 registrou US$ 1587,00 por tonelada com desvalorização de US$ 4.

Na quinta-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 378,27 com avanço de 0,24%.

» Clique e veja as cotações completas de café

 

Veja abaixo algumas notícias que movimentaram o mercado do café nesta semana:

» Déficit global de café deve continuar por desaceleração de exportações do Brasil

» Clima anima produtor de arábica, diz Cepea

» Safra de café deve ficar estável em importante área do Vietnã, diz governo

» Exportações de café em novembro têm alta de 9% em relação ao mesmo período de 2014, aponta Secex

» Exportações globais de café caem 3,6% em outubro, diz OIC

» Exportações de café arábica perdem ritmo, ao contrário das de robusta, diz Cepea

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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