CNC: Mercado futuro do café arábica recuperou as perdas registradas no início da semana
BALANÇO SEMANAL — 30/11 a 04/12/2015
SUSTENTABILIDADE — Nesta semana, o representante do Conselho Nacional do Café (CNC) no Conselho da Associação 4C (Código Comum da Comunidade Cafeeira), Alexandre Vieira Costa Monteiro, da Cooxupé, informou que foi aprovado um novo modelo de governança da entidade, o qual deverá ser submetido à aprovação da Assembleia Geral, em março de 2015, em Adis Abeba, na Etiópia.
Segundo Monteiro, entre as alterações constam: (i) a taxa cobrada dos produtores-membros será reduzida em até 30% no exercício 2016, com o montante que será arrecadado servindo para o financiamento do secretariado da 4C nas questões administrativas e estratégicas; (ii) o Departamento de Verificação será desmembrado da Associação e terá atuação independente, sendo financiado pelos compradores finais, que pagarão US$ 3 por cada tonelada que adquirirem. Esta ação faz parte de uma adequação das exigências da ISEAL, a Associação das Certificações e Verificações, para aprimorar a credibilidade no processo; e (iii) promover parcerias público-privadas pré-competitivas com o objetivo de alinhar as ações de suporte aos produtores do mundo todo.
Em linha com o foco de promoção de parcerias público-privadas proposto pela nova governança da Associação, na segunda-feira, 30 de novembro, a Conservation International Foundation (CI), respeitada organização que, entre outros feitos, criou o programa C.A.F.E. Practices da Starbucks, a IDH Sustainable Trade Iniative (iniciativa de comércio sustentável com projetos em vários países e que, no Brasil, em parceria com a P&A Marketing, desenvolve o Programa Café Sustentável), a Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, na sigla em inglês) e a própria Associação 4C assinaram, em Paris, na França, por ocasião da COP 21, um memorando de entendimento que alinha as ações das entidades com o objetivo de tornar o café o primeiro produto agrícola sustentável no planeta.
O Conselho Nacional do Café entende que todas as ações e iniciativas voltadas ao tripé social-ambiental-econômico da sustentabilidade são muito válidas e devem ser levadas adiante. Nesse sentido, recordamos do trabalho de longa data que desenvolvemos junto à Organização Internacional do Café (OIC), divulgando a sustentabilidade dos Cafés do Brasil (o vídeo institucional pode ser assistido em https://youtu.be/CD-MBMdOEaw), e, agora, esperamos que esse novo cenário contribua com toda a cadeia cafeeira no mundo, em especial com os produtores, haja vista que não é possível se pensar em sustentabilidade sem que seja considerada uma justa remuneração aos cafeicultores.
LIBERAÇÕES DE RECURSOS DO FUNCAFÉ — De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as liberações de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2015, até o dia 27 de novembro, chegaram a R$ 2,863 bilhões, volume que representa 73,05% do montante contratado pelos agentes financeiros (R$ 3,919 bilhões).
Do total liberado, R$ 1,104 bilhão foram destinados à linha de Estocagem, R$ 753,2 milhões para Custeio, R$ 574,1 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC) e R$ 431,4 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 160,3 milhões para Torrefações, R$ 150,8 milhões para Cooperativas de Produção e R$ 120,3 milhões para Indústrias de Solúvel. A planilha com as liberações do Funcafé pode ser acessada no site do CNC: https://www.cncafe.com.br/site/interna.php?id=33.
MERCADO — O mercado futuro do café arábica recuperou as perdas registradas no início da semana, sendo influenciado pelo movimento do dólar comercial e por previsões de aperto na oferta mundial da commodity.
A divisa norte-americana foi cotada, ontem, a R$ 3,7488 com queda de 1,95% ante o fechamento da última sexta. O mercado regiu positivamente à redução da meta fiscal deste ano e aos novos desdobramentos da crise política nacional.
No tocante às condições climáticas que afetam o desenvolvimento da safra 2016 do Brasil, a Somar Meteorloggia prevê chuvas da ordem de 100 milímetros, até domingo, na Zona da Mata de Minas Gerais e no sul do Espírito Santo.
O mercado também segue influenciado pelo aperto na oferta mundial do café. Após duas quebras de safra, os estoques do Brasil encerrarão o ciclo 2015/16 em um dos níveis mais baixos da história. O inverno no Hemisfério Norte, que estimula o consumo da bebida, também provocará redução dos estoques dos países importadores. Do lado da oferta, as exportações brasileiras tendem a arrefecer no início de 2016, acentuando o cenário de retração na disponibilidade mundial, conforme apontado pelo Rabobank nesta semana.
Na ICE Futures US, o vencimento março do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,2485 por libra-peso, acumulando ganhos de 125 pontos frente ao fechamento da sexta-feira antecedente. Na ICE Futures Europe, o contrato futuro do café robusta com vencimento em janeiro/2016 encerrou o pregão a US$ 1.537 por tonelada, com alta de US$ 23 em relação ao final da semana anterior.
Já no mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 474,45/saca e a R$ 378,27/saca, respectivamente, com variação de 0,16% e 0,23% em relação ao fechamento da semana passada.