Déficit global de café deve continuar por desaceleração de exportações do Brasil

Publicado em 03/12/2015 09:15

LONDRES (Reuters) - O déficit no mercado global de café deve continuar pelo segundo ano consecutivo em 2015/16 por causa de uma desaceleração esperada nas exportações do Brasil, o maior produtor, reduzindo a oferta no mercado global, disseram analistas.

As exportações brasileiras excederam as expectativas nos últimos meses encorajadas pelo real fraco e por uma forte demanda das torrefadoras.

Mas os embarques podem desacelerar no início de 2016, disse o Rabobank em seu último relatório de perspectivas para os mercados de commodities agrícolas em 2016.

"Nós ainda acreditamos que os fundamentos altistas ressurgirão uma vez que as exportações brasileiras percam fôlego", disse o Rabobank.

O Rabobank estima um déficit global de café em 2,7 milhões de sacas de 60kg em 2015/16, após um déficit de 6,1 milhões de sacas em 2014/15.

A Volcafe, divisão suíça da trading de commodities ED&F Man, cortou sua estimativa global de déficit em quase um terço após os estoques do Brasil caírem e os dos países consumidores não, mostrou um relatório de novembro visto pela Reuters.

A Volcafe estimou o déficit de arábica do Brasil em 5 milhões de sacas em 2015/16, comparado com a estimativa de agosto de 2,8 milhões de sacas, após um déficit estimado de 7 milhões de sacas em 2014/15, uma alta ante uma estimativa anterior de déficit de 5,6 milhões de sacas.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior do Brasil mostraram na terça-feira exportações de café em desaceleração, mas ainda fortes, em novembro, a 3,1 milhões de sacas de 60 kg, uma queda ante 3,3 milhões de sacas em outubro.

As exportações globais de café arábica em outubro subiram 1,9 por cento em comparação anual, para 5,55 milhões de sacas, enquanto as exportações de café robusta caíram 11,7 por cento ante o ano anterior para 3,2 milhões de sacas.

O Rabobank disse que espera que os estoques de café nos países não produtores devem decair em alguns milhões de sacas, o que deve ocorrer provavelmente até janeiro de 2016.

"Torrefadoras têm seus próprios estoques e podem esgotá-los", disse um corretor sênior baseado em Londres.

(Por David Brough; reportagem adicional por Reese Ewing).

Volcafe reduz estimativa de déficit global de café em meio a queda de estoques do Brasil

NOVA YORK (Reuters) - A Volcafe, divisão suíça da trader de commodities ED&F Man, cortou sua estimativa de déficit global de café em 2015/16 em cerca de um terço, após os estoques do Brasil, o maior produtor, caírem e o dos países consumidores não, mostrou um relatório de novembro visto pela Reuters nesta quarta-feira.

"Preços muito bons em termos da moeda brasileira provocaram vendas significativas no ano passado e isso manteve as exportações elevadas", disse o relatório da Volcafe.

"No entanto, nós antecipamos que com os estoques caindo, menos vendas resultarão em exportações, que ficarão perto da média de oito anos até o fim da temporada."

A Volcafe estimou que o Brasil terá déficit de café arábica de 5 milhões de sacas em 2015/16, ante uma estimativa de agosto de somente 2,8 milhões de sacas, seguindo estimativa de déficit de 7 milhões de sacas em 2014/15, uma alta ante a estimativa anterior de um déficit de 5,6 milhões de sacas.

A Volcafe manteve sua estimativa de produção de café no Brasil em 2015/16 em 48,3 milhões de sacas de 60kg, inalterada ante sua estimativa de agosto e disse que é muito cedo para fazer projeções sobre a safra de 2016/17.

"Setembro com 89 por cento a mais de chuva que a média foi seguido por um outubro com 42 por cento menos que a média", disse a Volcafe.

"Algumas regiões, incluindo o Espírito Santo produtor de conillon, continuam a ter um grande déficit de precipitação."

A empresa elevou sua estimativa de produção global de café em 2014/15 para 144,6 milhões de sacas de 60 kg, uma alta ante a previsão de agosto de 143,8 milhões de sacas, e 2015/16 para 150 milhões de sacas, uma alta ante 149,6 milhões de sacas, por um desempenho melhor que o esperado na Colômbia e Uganda, e projeções ampliadas para a Índia.

Abaixo está a divisão das estimativas da Volcafe dos relatórios trimestrais de agosto e novembro, em milhões de sacas de 60kg.

AGOSTO NOVEMBRO AGOSTO NOVEMBRO

ESTIMATIVA 2014/15 2014/15 2015/16 2015/16

Brasil 49,2 49,2 48,3 48,3

Vietnã 27,4 27,4 30 29,7

Colombia 12,5 13,2 13 13

Indonésia 9,3 9,3 10,3 10,3

Índia 5,6 5,6 5,6 6

Peru 2,9 2,9 3,5 3,5

Honduras 5,5 5,5 5,8 5,8

Etiópia 4,9 4,9 5 5

EQUILÍBRIO GLOBAL: 

Robusta -0,7 0,8 -2,2 -0,1

Arábica -5,7 -6 -1,3 -2,2

TOTAL -6,4 -5,1 -3,5 -2,3

(Por Marcy Nicholson)

Wall St fecha forte baixa sob pressão do setor de energia

Por Caroline Valetkevitch

(Reuters) - As ações norte-americanas fecharam o pregão desta quarta-feira em forte baixa, depois que os comentários da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, aumentaram as expectativas de uma elevação da taxa de juros e que o barril do petróleo caiu abaixo de 40 dólares.

Investidores também atribuíram as vendas no fim do dia a notícias sobre um tiroteio no sul da Califórnia.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,89 por cento, a 17.729 pontos, o S&P 500 recuou 1,1 por cento, para 2.079 pontos, enquanto o Nasdaq caiu 0,64 por cento, a 5.123 pontos.

O índice do setor de energia do S&P 500 caiu 3,1 por cento, liderando a queda do S&P 500, em meio a queda de 4,6 por cento dos contratos futuros do petróleo nos Estados Unidos, a 39,94 dólares o barril.

O índice de serviços públicos, que tende a ter um desempenho pior em um ambiente de juros mais altos, caiu 2,2 por cento. Foi o segundo setor com pior desempenho do dia, embora todos os 10 setores que compõem o S&P terminaram em baixa.

Yellen disse que estava ansiosa por um aumento dos juros que será visto como um testamento da recuperação da economia. A próxima reunião de política do Fed será em 15 e 16 de dezembro.

Membros da Opep não devem cortar produção sem contrapartida de outros países, diz delegado

VIENA (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não deve decidir cortar sua produção na reunião desta semana, dado que os produtores de fora da organização não diminuirão a oferta, disse nesta quarta-feira um delegado sênior da Opep, que pediu anonimato.

Ele também disse que um provável aumento na produção do Iraque e do Irã é um dos motivos pelos quais a Opep não deve reduzir a produção.

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Fonte: Reuters

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