Café: Com soma de fatores baixistas, Bolsa de Nova York registra queda pela terceira sessão consecutiva
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam em baixa pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira (1º). Os principais vencimentos registram perdas acima de 100 pontos. O mercado sente pressão do câmbio, das chuvas no cinturão produtivo do Brasil e das informações otimistas sobre as safras da Colômbia e do Vietnã.
Por volta das 12h16, o vencimento março/16 anotava 118,15 cents e o maio/16 tinha 120,40 cents/lb, ambos com recuo de 150 pontos. O contrato julho/16 operava com 122,30 cents/lb e 160 pontos de desvalorização, enquanto o setembro/16 registrava 124,25 cents/lb também com 160 pontos de recuo.
De acordo com informações de agências de notícias, o avanço do dólar ante o real tem sido o principal fator de pressão para os preços do café nos terminais externos. Após atingir R$ 3,9045 na máxima da sessão desta terça-feira, às 11h59, a moeda norte-americana caía 0,13%, cotada a R$ 3,8814 na venda. O dólar mais valorizado ante o real dá maior competitividade às exportações, mas derruba as commodities.
"Isso [escândalos políticos no Brasil] está colocando pressão sobre os preços do café porque o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, de longe", informou o banco Commerzbank em matéria da agência de notícias Bloomberg nesta terça-feira.
As informações de chuva no cinturão produtivo do Brasil, que têm beneficiado o desenvolvimento das lavouras, também repercutem no mercado e pressiona os preços externos. Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam bons volumes de chuva em praticamente todas as áreas produtoras nesta semana, com destaque para o Vale do Rio Doce, que poderá receber volumes acima de 150 milímetros.
Além disso, dados de outras origens produtoras também tem derrubado os preços. A Colômbia, segundo maior produtor de arábica, deve ter boa produção da variedade na próxima temporada e o Vietnã, maior produtor de robusta para café instantâneo, também promete colheita considerável e tem exportado café em uma taxa mais rápida do que no ano passado, aumentando a oferta da commodity no mercado global.
No mercado físico brasileiro o ritmo de negócios voltou a ficar lento, após o pico de alta na semana passada que fez alguns produtores voltarem a atuar nas praças de comercialização. Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o dia promete ser lento e com preços nominais.