Café: NY cai 400 pts nesta 2ª feira com dólar alto, chuvas no Brasil e estimativas de safra alta na Colômbia e Vietnã

Publicado em 30/11/2015 16:46

As cotações do café arábica na Bolsa Nova York (ICE Futures US) fecharam com forte queda nesta segunda-feira (30), pela segunda sessão consecutiva. O mercado externo refletiu a desvalorização cambial, as chuvas no cinturão produtivo do Brasil e informações otimistas sobre as safras da Colômbia e do Vietnã, que também são importantes países produtores de café.

O contrato dezembro/15 encerrou o pregão cotado a 116,90 cents/lb com recuo de 410 pontoa, o março/16 registrou 119,65 cents/lb com baixa de 395 pontos. O vencimento maio/16 teve 121,80 cents/lb também com desvalorização de 395 pontos, enquanto o julho/16 caiu 390 pontos, cotado a 123,90 cents/lb.

De acordo com o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, as cotações no terminal externo caíram forte com a junção de fatores baixistas, mas o câmbio pesou mais sobre as cotações. "O dólar mais alto no Brasil estimula as exportações, mas sempre acaba pesando sobre as commodities", afirma.

A moeda norte-americana encerrou esta segunda-feira cotada a R$ 3,8865 na venda com avanço de 1,65%. O mercado refletiu o cenário político complicado no Brasil com a manutenção da prisão do ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves. Esse foi o maior patamar de fechamento desde 28 de outubro.

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Além disso, informações otimistas sobre as safras de outras origens e o clima favorável às lavouras do Brasil também acabaram pressionando os futuros no terminal norte-americano. Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam bons volumes de chuva em praticamente todas as áreas produtoras nesta semana, com destaque para o Vale do Rio Doce, que poderá receber volumes acima de 150 milímetros.

A Colômbia, segundo maior produtor de arábica, deve ter boa produção da variedade na próxima temporada e o Vietnã, maior produtor de robusta para café instantâneo, também promete colheita considerável e tem exportado café em uma taxa mais rápida do que no ano passado, aumentando a oferta da commodity no mercado global.

Vale lembrar que na semana passada a Bolsa de Nova York trabalhou com baixo volume de negócios por conta do feriado do Dia de Ação de Graças na quinta e do pregão em horário reduzido na sexta-feira. Com isso, os futuros fecharam praticamente estáveis, com queda de 0,64%.

Mercado interno

Nos últimos dias, os produtores brasileiros voltaram a atuar no mercado com avanço nos preços. No entanto, mesmo com o dólar em alta, a queda expressiva em Nova York fez os preços recuarem nesta segunda-feira. "Depois da alta na semana passada, o vendedor não quer negociar a produção por qualquer patamar", explica Gil Barabach.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 543,00 e queda de 0,91%. A maior oscilação no dia foi registrada Poços de Caldas (MG) com recuo de 2,19% e saca a R$ 536,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 548,00 a saca e baixa de 0,90%. A maior variação no dia ocorreu em Varginha (MG) com recuo de 3,85% e saca valendo R$ 500,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca - estável. A maior oscilação dentre as praças no dia foi registrada em Patrocínio (MG) com desvalorização de 6,25% e saca cotada a R$ 450,00.

Na sexta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve desvalorização de 0,42% com a saca de 60 kg cotada a R$ 473,70.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, também caíram forte nesta segunda-feira acompanhando Nova York. O contrato novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1481,00 - estável, o janeiro/16 teve US$ 1484,00 por tonelada com queda de US$ 30 e o março/16 registrou US$ 1512,00 por tonelada com desvalorização de US$ 31.

Na sexta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 377,40 com queda de 0,06%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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