Café: Investidores se posicionam antes do feriado nos EUA e Nova York sobe mais 100 pts nesta 4ª feira
Após oscilar dos dois lados da tabela durante o pregão desta quarta-feira (25) refletindo a desvalorização cambial, sinais de oferta apertada e chuvas no cinturão produtivo do Brasil, as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para os negócios no Brasil, acabaram fechando com alta acima de 100 pontos. Os investidores se posicionam antes do feriado do Dia de Ação de Graças, que fechará o terminal amanhã. Os negócios serão retomados em horário normal apenas na próxima segunda-feira (30).
Os lotes com vencimento para dezembro/15 encerraram o dia cotados a 122,90 cents/lb com alta de 45 pontos, o março/16 teve 125,55 cents/lb com avanço de 105 pontos. O maio/16 registrou 127,60 cents/lb com valorização de 90 pontos, enquanto o julho/16, mais distante, anotou 129,60 cents/lb com 80 pontos positivos.
Amanhã (26), a Bolsa de Nova York não funciona por conta do feriado do Dia de Ação de Graças e na sexta-feira trabalhará em horário reduzido, até às 16h (horário de Brasília). Com isso, segundo o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, o ritmo de negócios no mercado nos próximos dias deve ser lento.
"As cotações foram pressionadas durante o dia pela valorização do dólar ante o real. No entanto, o mercado estava muito sobrevendido e reverteu as perdas em virtude do feriado de amanhã que fez os investidores reposicionarem suas posições em aberto no mercado", afirma Machado.
A moeda norte-americana encerrou esta quarta-feira cotada a R$ 3,7506 na venda com alta de 1,26%. O mercado refletiu as preocupações em relação às medidas de ajuste fiscal que ainda precisam de aprovação no Congresso após a prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral e do presidente do BTG Pactual, André Esteves.
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Segundo Anilton Machado, a tendência para os futuros do café arábica continua em alta com indícios cada vez maiores de oferta apertada no próximo ano. "Se não fosse o câmbio acredito que o mercado já estaria em US$ 1,30 por libra-peso", explica.
De acordo com informações reportadas pelo site internacional Agrimoney, com base em divulgação do Rabobank, os preços futuros do café arábica devem iniciar 2016 mais altos do que os investidores esperavam, impulsionados por preocupações com a seca nos principais países produtores da commodity.
O banco elevou em 800 mil sacas, para 2,7 milhões, sua previsão de déficit na produção mundial de café em 2015/16, citando os efeitos do El Niño, que está ligado à seca em alguns dos principais países produtores do grão.
Com relação ao clima no cinturão produtivo do Brasil, mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que a maioria das áreas produtoras deve continuar a receber pancadas entre 30 e 70 milímetros até o dia 27 de novembro.
Mercado interno
De acordo com Anilton Machado, os negócios com café no mercado físico estão ainda mais lentos com a proximidade da virada do ano fiscal. No entanto, a forte alta na bolsa externa na semana passada, que puxou os preços nas praças de comercialização, fez com que alguns produtores aparecessem mais no mercado.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 552,00 e alta de 1,28%. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) onde a saca caiu 1,89%, cotada a R$ 520,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 557,00 a saca e avanço de 1,27%. Foi a variação mais expressiva no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Franca (SP) com R$ 510,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,86% e saca cotada a R$ 476,00.
Na terça-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve alta de 0,75% com a saca de 60 kg cotada a R$ 474,00.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta quarta-feira, após ficarem praticamente estáveis na sessão anterior. O contrato novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1517,00 por tonelada - estável, o janeiro/16 teve US$ 1535,00 por tonelada e queda de US$ 15 e o março/16 registrou US$ 1560,00 por tonelada com desvalorização de US$ 19.
Na terça-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 374,56 com avanço de 0,12%.