Café: Após subir mais de 7% na semana passada, cotações em NY voltam ao campo negativo nesta 2ª feira
Nesta tarde de segunda-feira (23), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda de quase 200 pontos nos principais vencimentos. O mercado realiza ajustes ante as recentes altas, além disso também sente pressão da desvalorização cambial e da previsão de chuva forte neste início de semana no cinturão produtivo do Brasil, maior exportador da commodity.
Por volta das 12h28, os lotes de arábica com vencimento para dezembro/15 operavam com 120,00 cents/lb e baixa de 190 pontos, o março/16 anotava 122,80 cents/lb com recuo de 160 pontos. O contrato maio/16 tinha 124,85 cents/lb e o julho/16, mais distante estava cotado a 126,95 cents/lb, ambos com desvalorização de 170 pontos.
Na semana passada, o contrato março/16 registrou valorização de 7,43%. O mercado repercutiu a queda do dólar ante o real, que acaba influenciando nas cotações do terminal externo uma vez que as transações são realizadas na moeda estrangeira. Sinais de oferta apertada, mesmo com o Brasil tendo maior produção na próxima temporada, também acabou contribuindo para a elevação dos preços.
No entanto, após a recuperação do patamar de US$ 1,25 por libra-peso na sexta-feira, as cotações iniciam esta semana no campo negativo. "As bolsas ainda digerem os recentes números do USDA sobre safra brasileira e mundial nos últimos dias. Isso deve deixar os mercados sustentados acima de alguns suportes, o que indica para a semana neutralidade dos preços", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Com relação ao clima, as previsões climáticas mais recentes apontam que a maioria das áreas produtoras de café devem receber pancadas de chuva com volumes entre 30 e 70 milímetros até dia 27 de novembro. Os dados são da Somar Meteorologia.
Após fechar no patamar mais baixo desde 1º de setembro, o dólar comercial retoma sua trajetória de alta nesta segunda-feira com informações sobre o mercado externo, principalmente a China, que tem reduzido a demanda por ativos de países emergentes. Às 11h49, a moeda norte-americana subia 0,83%, cotada a R$ 3,7277 na venda.
Para Marcus Magalhães, o mercado interno, deve ter dia lento e com preços firmes. Na semana passada, a valorização de Nova York puxou os preços no Brasil. O tipo cereja descascado, por exemplo, teve ganhos de até R$ 30,00 na saca de 60 kg nas praças de comercialização.
Na sexta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve alta de 1,74% com a saca de 60 kg cotada a R$ 479,07.