Café: Após atingir menor patamar em 21 meses, cotações do arábica em NY esboçam recuperação nesta 2ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para os negócios no Brasil, recuperaram tecnicamente parte das perdas da sessão anterior nesta segunda-feira (16). Na sexta-feira (13), o vencimento dezembro/15 chegou a ficar em cerca de US$ 1,12 por libra-peso, menor cotação em mais de dois anos, e o março/16 fechou abaixo de US$ 1,16/lb em meio a informações otimistas para a próxima safra do Brasil.
Os lotes de arábica com vencimento para dezembro/15 encerraram o dia cotados a 114,35 cents/lb com 220 pontos de alta. O contrato março/16 anotou 118,20 cents/lb e o maio/16 registrou 120,40 cents/lb, ambos com valorização de 240 pontos. Já o julho/16 fechou a sessão cotado a 122,45 cents/lb com 235 pontos positivos.
"O dia foi caracterizado por algumas compras especulativas. No entanto, algumas rolagens ainda são verificadas no mercado mesmo com o dezembro já tendo perdido grande parte de sua liquidez", disse o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Na sexta-feira, as cotações do café arábica no terminal norte-americano caíram cerca de 300 pontos após a trading cingapuriana Olam International estimar a safra de café do Brasil 2016/17 de 60 a 62 milhões de sacas. Com isso, os investidores ficaram mais tranquilos.
Ainda de acordo com Machado, apesar da valorização na sessão desta segunda-feira, envolvidos de mercado ainda estão atentos ao desenvolvimento da próxima safra brasileira. "Alguns players continuam a avaliar que as safras do Brasil e da Colômbia contribuem para o quadro negativo recente, com os menores patamares em 21 meses. Porém, esses participantes se esquecem que, mesmo com uma revisão de números, o cenário de disponibilidade do grão continua a ser negativo", afirma.
Com relação ao clima, as áreas norte e central de Minas Gerais devem receber chuvas mais fortes nesta semana. O Espírito Santo, que enfrenta uma grave seca, também pode registrar precipitações nos próximos dias com volumes que podem chegar a 100 milímetros. As informações são da Somar Meteorologia.
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Mercado interno
Os negócios no físico brasileiro permanecem lentos. "O setor produtivo continua a adotar postura conservadora em suas apostas no mercado, e desta forma, impede que a liquidez retorne as praças de comercialização", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 538,00 e alta de 1,32%. A maior oscilação no dia foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP) onde a saca caiu 3,91%, a R$ 492,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 532,00 a saca e valorização de 0,19%. A variação mais expressiva no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 2,06% e R$ 495,00 a saca.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG) e Varginha (MG), ambas com R$ 490,00 a saca, preço estável na primeira e valorização de 2,08% na segunda. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) e Patrocínio (MG) com avanço de 2,13% e saca cotada a R$ 480,00 em ambas.
Na sexta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, registrou baixa de 1,52% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 458,27.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, também fecharam em alta nesta segunda-feira seguindo Nova York. O contrato novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1540,00 por tonelada com alta de US$ 22, o janeiro/16 teve US$ 1562,00 por tonelada e avanço de US$ 10 e o março/16 registrou US$ 1580,00 por tonelada com valorização de US$ 13.
Na sexta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 375,17 com queda de 0,10%.