Café: Após intensa volatilidade, cotações do arábica em NY fecham praticamente estáveis nesta 5ª

Publicado em 05/11/2015 17:07

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com leve alta nesta quinta-feira (05) com suporte do câmbio, após registrar ampla volatilidade durante a sessão, chegando a operar, inclusive, do lado vermelho da tabela. A posição dezembro/15 oscilou entre a mínima de 175 pontos e máxima de 150. Segundo analistas, o mercado demonstra ter precificado as variáveis fundamentais, como as chuvas no cinturão produtivo do Brasil, e carece de novidades para esboçar reações mais expressivas.

O vencimento dezembro/15 fechou a sessão cotado a 120,90 cents/lb com alta de 40 pontos. O março/16 teve 124,25 cents/lb com avanço de 35 pontos. O contrato maio/16 está cotado a 126,38 cents/lb com 40 pontos positivos e o julho/16, mais distante, encerrou o dia negociado a 128,35 cents/lb com valorização de 35 pontos.

"Os investidores estão de olho nos acontecimentos do Brasil e esperam os desdobramentos para voltar a agir no mercado", afirma o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.

Os futuros no terminal norte-americano oscilaram nesta quinta-feira acompanhando o dólar, que também chegou a operar entre alta e baixa. No entanto, acabou fechando com recuo 0,53%, cotado a R$ 3,7765 na venda com a atuação do Banco Central compensando os temores de que a possível alta dos juros norte-americanos reduza a atratividade de ativos brasileiros. O dólar menos valorizado ante o real desencoraja as exportações da commodity uma vez que as transações são realizadas na moeda estrangeira.

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Dados divulgados na terça-feira pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) apontam que as exportações de café verde do Brasil em outubro atingiram 3,306 milhões de sacas de 60 kg, recorde no ano, com receita de US$ 501,7 milhões.

"A desvalorização da nossa moeda torna bastante rentável o café brasileiro para o importador", destacou à agência de notícias Reuters o sócio-diretor da corretora Escritório Carvalhaes, Sérgio Carvalhaes.

No cinturão produtivo do Brasil, as chuvas continuam beneficiando as lavouras de café. A previsão do tempo aponta que as áreas produtoras do Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais devem receber chuvas fortes ainda pelos próximos dez dias. Já no Espírito Santo, a perspectiva ainda é de clima quente e seco.

Mercado interno

Os negócios no mercado interno de café estão lentos. Os produtores aguardam melhores patamares para voltar às praças de comercialização. "Com o preço do arábica quase próximo ao de conilon algumas torrefadoras estão preferindo o arábica porque o valor compensa", explica Eduardo Carvalhaes.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 556,00 a saca e alta de 1,83%. A maior oscilação no dia foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP) onde a saca caiu 3,70%, cotada a R$ 520,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 556,00 a saca e avanço de 1,83%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro continua com maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca - estável. A maior variação no dia aconteceu em Franca (SP) com alta de 2,08% e saca cotada a R$ 490,00.

Na quarta-feira (04), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 1,04% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 474,53.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, tiveram poucas oscilações nos vencimentos mais distantes hoje. O contrato novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1645,00 por tonelada com avanço de US$ 17, o janeiro/16 teve US$ 1670,00 por tonelada – estável e o março/16 registrou US$ 1683,00 por tonelada com valorização de US$ 3.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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