Café: Bolsa de NY fecha em alta pela terceira sessão consecutiva; mercado acumulou desvalorização de 0,33% em outubro
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com leve alta nesta sexta-feira (30). Essa foi a terceira sessão seguida de valorização no terminal norte-americano com curtas oscilações. Os futuros na bolsa tiveram suporte de recompras técnicas e do câmbio. Ainda assim, no aspecto fundamental, a melhora climática no cinturão produtivo do Brasil continua no foco dos operadores.
"Os grandes investidores de fora continuam assumindo posição conservadora ante os desdobramentos do clima no Brasil", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Os lotes de café arábica com vencimento para dezembro/15 registraram hoje 120,95 cents/lb com alta de 65 pontos. O março/16 teve 124,25 cents/lb e o maio/16 anotou 126,30 cents/lb, ambos com valorização de 60 pontos. O contrato julho/16 encerrou o dia negociado a 128,30 cents/lb com avanço de 65 pontos.
Durante todo este mês de outubro as cotações do arábica no terminal externo foram influenciadas pelo clima no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. A maioria das cidades produtoras têm recebido chuvas desde a segunda metade da semana passada. O vencimento dezembro/15 recuou em um mês 0,33%. Em 30 de setembro, ele estava cotado a 121,35 cents/lb e fechou a sessão de hoje a 120,95 cents/lb.
Segundo a Climatempo, uma nova frente fria trará chuvas sobre a região Sudeste do País neste final de semana. A tendência é de volumes significativos de precipitações até a primeira quinzena de novembro, mas a faixa norte do Espirito Santo não receberá chuvas suficientes para reverter a situação de estiagem. Também se deve reforçar que o atraso no retorno das chuvas nesta primavera já impactou o potencial produtivo do parque cafeeiro nacional para 2016. As informações partem do CNC (Conselho Nacional do Café).
Em entrevista ao Notícias Agrícolas na terça-feira (27), o presidente do Sindicato Rural de Patrocínio (MG), Osmar Pereira Junior informou que as chuvas recentes amenizaram as preocupações dos cafeicultores, mas algumas perdas na produção já estão consolidadas. Ainda não é possível quantificar os prejuízos, entretanto, a ausência de precipitações e as altas temperaturas comprometeram os cafezais. Esse pode ser o terceiro ano consecutivo de quebra na safra.
Após três altas seguidas, mesmo que com curtas oscilações, analistas internacionais acreditam que o mercado já deixou de lado as chuvas, fator que derrubou forte o mercado na semana passada, e que a bolsa não tem motivos para cair mais. Enquanto isso, especialistas brasileiros não acreditam em reversão de tendência uma vez que a valorização tem sido mais baseada em aspectos técnicos.
Nesta sexta-feira, o dólar encerrou a sessão com alta de 0,23%, cotado a R$ 3,8628 na venda. No entanto, em vários momentos, caiu ante o real e acabava dando suporte aos preços no mercado externo. A moeda estrangeira menos valorizada ante o real inibe as exportações da commodity.
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Segundo informações de agências internacionais, os participantes do mercado têm rolado posições, em meio a baixa volatilidade, antes da notificação para entrega do contrato dezembro/15, que começa em 19 de novembro. Nesta sexta-feira, o dezembro/15 tinha em aberto 88.423 lotes e o março/16 possuía 52.506 contratos de um total de 199.605 lotes.
Divulgação: CNC
Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil, as negociações têm sido escassas. Aparecem no mercado apenas os produtores que precisam fazer caixa. O final de semana prolongado também acaba afastando os interessados. A média de preço do tipo 6, um dos mais negociados no mercado, ficou em R$ R$ 467,14 a saca de 60 kg nesta sexta-feira nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas. No balanço semanal, quase todas as localidades tiveram queda de preço nesta semana.
Hoje, o tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 541,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) onde a saca caiu 2,62%, para R$ 521,00.
Da sexta-feira passada para esta, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Poços de Caldas (MG) com alta de R$ 20,00 (+3,99%), saindo de R$ 501,00 para R$ 521,00 a saca.
Hoje, o tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 541,00 a saca - estável. A maior variação dentre as praças de comercialização ocorreu em Poços de Caldas (MG) onde a saca está cotada a R$ 478,00 com baixa de 1,65%.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Varginha (MG), que tinha na semana passada saca cotada a R$ 490,00, mas subiu R$ 5,00 (+1,02%) e agora vale R$ 495,00.
Nesta sexta, o tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com alta de 2,08% e R$ 490,00 a saca.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 também foi registrada em Varginha (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 465,00 na sexta passada, mas teve valorização de R$ 25,00 (+5,38%), e agora está em R$ R$ 490,00.
Na quinta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 0,03% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 468,79.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, voltaram a fechar com alta expressiva nesta sexta-feira. Os operadores repercutem no mercado a apreensão em relação a próxima safra da variedade no Espírito Santo, que está sendo ameaçada pelas indicações de escassez hídrica.
O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1616,00 por tonelada com avanço de US$ 50, o janeiro/16 teve US$ 1638,00 por tonelada com US$ 34 de alta, enquanto o contrato março/16 registrou US$ 1646,00 por tonelada com valorização de US$ 30.