Café: Mercado em NY estende ganhos da sessão anterior, mas não esboça força para romper patamar de US$ 1,25/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve alta nesta tarde de quinta-feira (29). Assim como na sessão anterior, o mercado realiza ajustes apoiado por recompras técnicas após quase perder o patamar de US$ 1,20 por libra-peso nas últimas sessões. O dólar em alta também acaba dando suporte ao mercado uma vez dá maior competitividade às exportações. Às 13h, a moeda norte-americana caía 0,38%, cotada a R$ 3,9050 na venda comercial.
Por volta das 12h54, o contrato dezembro/15 registrava 119,70 cents/lb com alta de 60 pontos, o março/15 tinha 123,10 cents/lb com valorização de 65 pontos. O vencimento maio/16 operava com 125,10 cents/lb e 60 pontos de avanço, enquanto o julho/16 era cotado a 126,75 cents/lb com 30 pontos positivos.
Apesar da valorização, analistas não acreditam em reversão de tendência no mercado. "As recompras técnicas registradas foram baseadas na insegurança em torno do clima nas regiões produtoras do Brasil. Há sim precipitações previstas, mas ainda de forma irregular. As chuvas são primordiais para uma boa safra de café. Tudo o que o mundo não precisa é de mais uma produção complicada", afirmou ontem ao Notícias Agrícolas o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que o clima deve permanecer instável nas regiões produtoras de café nos próximos dias, com chuvas beneficiando as áreas produtoras de café de Minas Gerais, São Paulo e centro e sul do Espírito Santo. Nos primeiros dias de novembro, os volumes prometem ser bem mais elevados para São Paulo e centro e sul de Minas.
Os cafeicultores brasileiros relatam que, apesar da melhora nas condições climáticas no cinturão produtivo, que amenizou um pouco os ânimos dos produtores, algumas lavouras do Sul de Minas Gerais perderam todo o potencial produtivo para a próxima temporada. A florada foi danificada pelas altas temperaturas e falta de umidade no solo. No entanto, ainda não é possível quantificar os prejuízos. Este pode ser o terceiro ano consecutivo de quebra na safra.
No mercado interno do Brasil, o café tem dia lento com a proximidade do final de semana prolongado e preços firmes. "Os produtores aparecem mais nas praças de comercialização quando o preço está mesmo interessante, e a dica é essa mesmo. Os custos de produção estão mais altos para todo mundo. Acredito que um valor acima de R$ 500,00 é adequado para um café arábica de boa qualidade e o conilon cerca de R$ 370,00", explicou Magalhães ontem. Na quarta-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 0,74% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 468,66.