Café: Bolsa de NY fecha em baixa pela quinta sessão consecutiva; no Brasil, preços têm poucas alterações
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam praticamente estáveis nesta terça-feira (27), mas ainda do lado vermelho da tabela, pela quinta sessão seguida. O mercado repercute o otimismo dos operadores em relação à safra 2016/17 do Brasil devido às recentes chuvas no cinturão produtivo e a previsão de continuidade nos próximos dias, além de informações da produção na Colômbia e aspectos técnicos.
Os lotes de café arábica com vencimento para dezembro/15 encerraram estáveis a 117,30 cents/lb, o março/16 teve 120,60 cents/lb com recuo de 10 pontos. O contrato maio/16 registrou 122,70 cents/lb e o julho/16 teve 124,65 cents/lb, ambos com baixa de 15 pontos.
Mesmo sofrendo forte pressão devido a melhora nas condições climáticas no cinturão produtivo do Brasil, as cotações do arábica em Nova York permanecem em cerca de 120,00 cents/lb. Porém, diante do atual cenário, correções podem ser vistas no curto prazo. "O mercado pode avançar novamente caso venham ser registradas recompras técnicas. Mas também podem recuar e perder o patamar de US$ 1,20 por libra-peso com supressas no câmbio", afirma o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Após um longo período de altas temperaturas e poucas chuvas, as regiões produtoras de café do Brasil têm recebido algumas precipitações desde a segunda metade da semana passada. Nos primeiros dias de novembro, os volumes prometem ser elevados para São Paulo e centro e sul de Minas Gerais, de acordo com mapas climáticos da Somar Meteorologia.
Vale lembrar que, apesar da melhora no clima, algumas lavouras do Sul de Minas Gerais perderam todo o potencial produtivo para a próxima temporada. A florada foi danificada pelas altas temperaturas e falta de umidade no solo.
Em entrevista hoje ao Notícias Agrícolas, o presidente do Sindicato Rural de Patrocínio (MG), Osmar Pereira Junior informou que as chuvas recentes amenizaram as preocupações dos cafeicultores, mas algumas perdas na produção já estão consolidadas. Ainda não é possível quantificar os prejuízos, entretanto, a ausência de precipitações e as altas temperaturas comprometeram a produção. Esse pode ser o terceiro ano consecutivo de quebra na safra na região.
Além da melhora nas condições climáticas nas áreas produtoras de café do Brasil, o mercado também tem sido influenciado, em menor intensidade, por informações da safra da Colômbia e câmbio. De acordo com agências internacionais, o país que é o segundo produtor de café do mundo deve ter uma colheita maior do que se esperava devido às condições climáticas favoráveis.
Já o dólar, que sempre pesa sobre as commodities, acabou fechando com queda de 0,51%, cotado a R$ 3,8969 reais na venda com investidores cautelosos à espera pela decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, além das incertezas na política e economia do Brasil. O dólar menos valorizado ante o real inibe as exportações da commodity.
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Mercado interno
No mercado físico brasileiro, os negócios continuam escassos. As praças de comercialização registraram poucas alterações nos preços nesta terça-feira. Segundo Machado, há maior procura pelos melhores tipos de café.
O tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação nas cidades de Guaxupé (MG) e Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 540,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG), onde a saca subiu 0,60%, cotada a R$ 499,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 540,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com recuo de 1,02% e saca valendo R$ 485,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca - estável. A maior variação no dia aconteceu em Patrocínio (MG) com desvalorização de 2,08% e saca cotada a R$ 470,00.
Na segunda-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou queda de 0,77% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 463,68.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, também fecharam praticamente estáveis nesta terça-feira, acompanhando Nova York. O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1524,00 por tonelada - estável, o janeiro/16 teve US$ 1554,00 por tonelada com US$ 1 de alta, enquanto o contrato março/16 registrou US$ 1569,00 por tonelada com avanço de US$ 4.