Café: Bolsa de Nova York recupera parte das perdas das últimas três sessões nesta 3ª feira
Após fechar do lado vermelho da tabela por três sessões consecutivas, as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registraram ligeiros ganhos nesta terça-feira (20), em ajustes. Agentes acreditam que o mercado recuou demais nos últimos dias devido às ações da Colômbia para aumentar as exportações e a previsão de chuva no cinturão produtivo do Brasil entre esta e a próxima semana.
Os lotes de café com vencimento para dezembro/15 encerraram a sessão cotados a 124,75 cents/lb e alta de 85 pontos. O março/16 registrou 128,10 cents/lb e o maio/16 anotou 130,15 cents/lb, ambos com 80 pontos de valorização. Já o contrato julho/16 fechou o dia negociado a 132,05 cents/lb e 85 pontos de avanço.
"A queda nos preços do café foi exagerada, após o anúncio da Colômbia que atenuou normas para impulsionar as exportações de seus grãos", disse Rodrigo Costa, do banco Société Générale, em entrevista ao The Wall Street Journal.
Cerca de 20% da safra atual de café da Colômbia apresenta baixa qualidade devido aos impactos do tempo seco, quando o normal seria 10%. As informações são da Bloomberg. O país é o maior produtor mundial de arábica lavado de alta qualidade e é o terceiro maior produtor do mundo, depois do Brasil e do Vietnã.
De acordo com o analista de mercado João Santaella, apesar da leve alta de hoje, os operadores no terminal norte-americano continuam atentos ao clima no Brasil, maior produtor e exportador da commodity. Traders acreditam em precipitações para algumas plantações de café a partir desta sexta-feira.
Informações reportadas pela Reuters na segunda-feira (19) dão conta que as áreas de café do Sudeste devem receber chuvas generalizadas a partir da próxima semana, o que, segundo a agência, pode assegurar o bom desenvolvimento dos cafezais da safra 2016/17.
O serviço Agriculture Weather Dashboard, da Thomson Reuters, mostra modelos de chuvas mais fortes nos últimos dias do mês de outubro no Sudeste do Brasil, especialmente nas áreas de cana e café.
No curto prazo, mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que o tempo deve continuar aberto e quente nesta primeira metade da semana.
Mercado interno
No Brasil, apesar das volatilidades externas, não há aumento da liquidez nas praças de comercialização. Os produtores seguem retraídos dos negócios à espera de melhor definição entre oferta e demanda. Nas cooperativas verificadas pelo Notícias Agrícolas, os tipos mais negociados tiveram nesta terça-feira poucas oscilações.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com R$ 560,00 a saca – estável. A maior variação no dia foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP) com baixa de 3,57% e saca cotada a R$ 540,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 555,00 e valorização de 0,91%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidaded de Araguari (MG) e Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca , queda de 0,97% na primeira e preço estável na segunda. A maior variação no dia aconteceu em Franca (SP) com alta de 2,08% e saca cotada a R$ 490,00.
Na segunda-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou queda de 1,18% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 474,27.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe, antiga Liffe, fecharam do lado vermelho da tabela nesta terça-feira. O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1550,00 por tonelada com queda de US$ 32, o janeiro/16 teve US$ 1580,00 por tonelada com desvalorização de US$ 20, enquanto o contrato março/16 registrou US$ 1594,00 por tonelada e US$ 21 de recuo.