Café: Previsão de chuva e dólar faz Bolsa de Nova York recuar mais de 700 pts nesta tarde de 6ª feira
Nesta tarde de sexta-feira (16), as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuam forte. O mercado repercute a previsão de chuva para o cinturão produtivo nos próximos dias e também sente pressão do dólar, que voltou a avançar ante o real hoje. Com essa queda superior a 700 pontos, os futuros voltaram ao patamar de 7 de outubro.
Por volta das 13h05, os lotes com vencimento para dezembro/15 estavam cotados a US$ 126,70 cents/lb com baixa de 700 pontos. O março/16 tinha US$ 130,05 cents/lb e o maio/16 registrava US$ 131,95 cents/lb, ambos com desvalorização de 705 pontos. Enquanto o julho/16 valia US$ 134,10 cents/lb com 665 pontos negativos.
De acordo com o analista Gilson Fagundes, após o mercado repercutir nos últimos dias os possíveis impactos do clima seco na safra de café 2016/17, os traders acreditam agora que essa mudança no padrão climático, com possibilidade de chuva em algumas áreas produtoras na próxima semana, pode beneficiar o desenvolvimento dos chumbinhos nas lavouras.
O agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos relatou hoje em seu boletim diário que a frente fria que provoca chuva desde a quarta-feira no Rio Grande do Sul deve avançar pelos demais Estados da região Sul do Brasil. Mas mesmo não avançando pelo Sudeste, pois já perderá forças no Paraná, o tempo pode ficar mais instável em algumas localidades da região. "Áreas de instabilidade poderão vir a se formar sobre o Centro-oeste e partes do Sudeste e com isso, há a possibilidade de ocorrência de pancadas de chuvas nessas regiões", disse.
Nas últimas sessões as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York, referência para os negócios no Brasil, avançaram forte diante das incertezas climáticas no principal país produtor de café. Em uma semana, de 8 de setembro até ontem (15/10), os futuros avançaram 4,09% ou 525 pontos, menos do que as perdas registras até o momento no pregão desta sexta-feira.
Segundo Fagundes, algumas vendas de outras origens produtoras, como o Vietnã, e o avanço do dólar ante o real também acabam pressionando as cotações do arábica na ICE hoje. Às 12h59, a moeda norte-americana subia 1,39%, vendida a R$ 3,8535. O mercado reflete as incertezas sobre contas públicas do Brasil e o atual cenário político.
No mercado interno, ontem, os preços estavam firmes nas principais praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas. Mas só aparece no mercado quem precisa fazer caixa. No mais, os produtores seguem retraídos na expectativa de que os preços subam mais com o aperto entre oferta e demanda.