Café: Preços no Brasil estão em cerca de R$ 500/sc, mas não há reciprocidade vendedora; NY fecha com leve queda

Publicado em 15/10/2015 18:52

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para os negócios internos, fecharam com leve queda nesta quinta-feira (15), devolvendo todos os ganhos da sessão anterior. O mercado acompanhou na sessão de hoje a volatilidade cambial, após a Fitch rebaixar a nota do Brasil, além de aspectos técnicos. Ainda assim, segundo analistas, o mercado mantém inclinação positiva diante das incertezas climáticas no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo.

No Brasil, os preços permanecem em cerca de R$ 500,00 a saca, mas não reciprocidade vendedora com cafeicultores na expectativa de melhores preços com possibilidade de aperto entre oferta e demanda no médio prazo.

Em Nova York, o vencimento dezembro/15 encerrou o pregão desta quinta-feira cotado a 133,70 cents/lb e o março/16 a 137,10 cents/lb, ambos com queda de 95 pontos. Já o contrato maio/16 registrou 139,00 cents/lb com baixa de 105 pontos, enquanto o julho/16 anotou 140,75 cents/lb e 100 pontos de desvalorização.

Acompanhando o câmbio, os futuros oscilaram 370 pontos entre máxima e mínima na sessão desta quinta-feira. O dólar abriu em queda, subiu mais de 1% após a Fitch rebaixar a nota do Brasil de "BBB" para "BBB-", mas ainda dentro do grau de investimento, o que acaba pressionando o mercado do arábica em Nova York, pois dá maior competitividade às exportações. Mas acabou virando e fechou com queda de 0,32%, cotada a R$ 3,8005 na venda.

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"O mercado trabalhou muito na sessão de hoje acompanhando o câmbio e trabalhando em cima de análises gráficas. Em determinados momentos, as cotações chegaram a testar a linha de suporte", afirma o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.

Ainda segundo o analista, apesar da leve baixa hoje, os operadores ainda acompanham as condições climáticas no Brasil. Em uma semana, de 6 de outubro até terça-feira (13/10), o vencimento dezembro/15 avançou 4,88% ou 625 pontos em meio a preocupações que o clima afete o potencial produtivo do Brasil na safra 2016/17.

As previsões climáticas mais recentes dão conta que precipitações generalizadas devem ser registradas no cinturão produtivo de café apenas na próxima semana, na melhor das hipóteses, o que pode impulsionar novas altas no mercado.

Mercado interno

Segundo Carvalhaes, acontecem poucos negócios no mercado físico. Só aparece nas praças de comercialização quem precisa fazer caixa. No mais, os produtores seguem retraídos do mercado na expectativa de que os preços subam mais com o aperto entre oferta e demanda no médio prazo.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 580,00 e alta de 1,75%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 575,00 e queda de 0,86%. Foi a única variação nas praças verificadas pelo Notícias Agrícolas.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com R$ 525,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia aconteceu em Maringá (PR) com avanço de 2,56% e saca cotada a R$ 400,00.

Na quarta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 0,34% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 497,97.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam em alta nesta quinta-feira. O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1659,00 por tonelada com valorização de US$ 28, o janeiro/16 teve US$ 1655,00 por tonelada com avanço de US$ 17, enquanto o contrato março/16 registrou US$ 1670,00 por tonelada e US$ 18 positivos.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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